Religião |
|
|
Imagens, ídolos, veneração, adoração
A Bíblia Católica e a Bíblia
Protestante
Sobre a intercessão dos santos
Presbiteriano defende o
relativismo doutrinário
Protestante: o celibato sacerdotal
Por que a Igreja permite fazer
imagens?
IMPORTANTE: Todo debate parte de uma dúvida.
Existe no coração de um bom debate uma INTERROGAÇÃO, que em filosofia chamamos
de PROBLEMA. Uma tese de doutorado não é nada mais do que uma boa resposta para
uma ótima pergunta, que até o momento ninguém conseguiu responder. Na pesquisa
debatemos com nossos interlocutores nos livros.
O filósofo René Descartes (1596), em seu DISCURSO SOBRE O MÉTODO, formula o conceito de “dúvida metódica”. Segundo ele é preciso colocar as nossas certezas em dúvida para chegar à verdade absoluta. A dúvida metódica não é uma “duvida séria”, ou seja, algo que desequilibra meu universo de certezas. Duvido para não ficar aprisionado a uma certeza equivocada.
Neste sentido a dúvida não é uma insegurança, mas humildade científica.Quando debatemos devemos ter a coragem de fazer muitas perguntas. Algumas pessoas fogem do debate como se fosse algo perverso. Ou se apressam em chegar a uma conclusão categórica e individual. Este tipo de postura normalmente nos empobrece. Sábios são humildes, pois sabem que não sabem e por isso estão abertos a aprender mais. Orgulhosos são medíocres, pois achando que sabem tudo, fecham para si mesmo a possibilidade de aprender mais.
PERGUNTA
Enviada em: |
14/05/2002 |
Local: |
Rio de Janeiro - RJ, |
Religião: |
Protestante |
Idade: |
39 anos |
Oi,
é com muita sinceridade que escrevo.
Sou evangélico e luto com todas as forças para provar que a igreja católica não
é a igreja de Jesus. Debatendo com um amigo ele me deu este site para pesquisar
as perguntas que fazia para ele.
Entrei e vi que você, com todo o respeito já havia dado
algumas respostas sobre o que eu achava de vocês, e li uma coisa que foi
escrito no site, que era para não termos ódio no coração quando se tratar da
igreja católica.
Pois muito bem, li mais e mais artigos seu e tenho que admitir o seu
conhecimento, e uma coisa engraçada me aconteceu, não entendi o que vocês
queria dizer com ódio no coração, mas comecei a ver a igreja católica com
outros olhos e comecei a questionar a minha religião.
O pastor de minha igreja se desentendeu com ela e saiu para fundar outra e nos
chamou para segui-lo, ele declarou que essa religião evangélica (prefiro não
mencionar qual) era errada e a dele que ia ser a correta. Daí eu vi que ele
começou a tratar a igreja que eu seguia como a igreja católica.
Tive uma noite de cão pois estava decepcionado com
aquela atitude e comecei a pesquisar no seu site. Hoje não tenho ódio no
coração e acredito que Maria morreu virgem como já foi
provado no seu site, eu não sou cego e nem burro como a maioria.
Hoje quero não só te chamar de amigo, mas também de irmão, mas tenho uma outra
dúvida.
MARIA REALMENTE SUBIU PARA O CÉU?
O QUE É DÓGUIMA DE FÉ?
Pergunto com toda a sinceridade do meu coração sem querer fazer intrigas do
fato.
Hoje não me considero um evangélico, mas sim um protestante perdido, fui
excluído de minha igreja por duvidar de sua integridade e me sinto envergonhado
de tantas injustiças com a mãe de Jesus.
Não quero julgar mais e sim acreditar que Maria é a mãe da igreja Católica e
que a Igreja Católica é a verdadeira.
Obs: meu próximo desejo e receber o corpo de Cristo
na comunhão.
Com muita admiração a seus cuidados com a fé
Seu futuro irmão
Cristiano.
Resposta:
Muito
prezado Cristiano, salve Maria !
Meu caríssimo irmão, pois você já o é, ao aceitar a Igreja Católica e a devoção
a Nossa Senhora, em seu coração.
Você não pode imaginar a alegria que sua carta me causou.
Então, não foram vãos os trabalhos que desenvolvo neste site! Então não foram
vãs as orações de tantos meus alunos, para que Deus abençoe o que escrevo, em
defesa da Fé, e de nossa Mãe, Maria Santíssima, para converter tantos
protestantes!
Valeu a pena tanto esforço! Teria valido a pena tantos
anos de trabalho, se fosse apenas para salvar a sua alma, meu caríssimo irmão
em Maria Santíssima.
Deus seja louvado por sua conversão!
Anseio por conhecê-lo pessoalmente.
Estou para ir ao Rio, e faço questão de ir visitá-lo.
Passo a responder suas duas perguntas.
1) Que é um dogma de Fé.
Dogma de Fé é uma verdade revelada por Deus -- que não pode errar, nem nos
enganar -- e confirmada infalivelmente pela Igreja.
Deus Nosso Senhor nos revelou muitas verdades sobre Si mesmo, na Sagrada
Escritura, e na Tradição.
Se as verdades que Deus nos revelou, desse modo, não fossem confirmadas pela
Igreja que Cristo fundou, nós estaríamos continuamente discutindo, e nos
dividindo sobre o que significam as verdades que Cristo nos disse.
É exatamente o que ocorre nas seitas protestantes. Veja o caso do pastor a que
você alude: ele defendia algo. Brigou. Fundou outra seita, da qual poderá
nascer outra, e assim indefinidamente, porque no protestantismo, conforme disse
Lutero, cada um interpreta a Sagrada Escritura como quiser. O resultado é a
multiplicação de seitas e de crenças. Acredita-se no que se acha certo, e não
no que Deus revelou.
Por isso, Nosso Senhor Jesus Cristo fundou a Igreja sobre Pedro, e disse a ele:
"Tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus, e tudo o que desatares
na terra, será desatado nos céus"( Mt. XVI, 19).
2) Maria subiu realmente aos céus em corpo e alma.
Sim. Isto é verdade.
Você sabe que a morte foi fruto do pecado de Adão. Pelo pecado de Adão, entrou
a morte no mundo, como escreveu São Paulo.
Ora, Cristo preservou sua Mãe do pecado original. Ela estava, pois dispensada
de morrer, e ela só quis morrer, para imitar o seu Divino Filho, que não tinha
pecado, mas quis morrer na cruz para nos salvar.
Está escrito que Deus não permitiria que o seu Justo sofresse a corrupção do
sepulcro.
Por isso também, Jesus não permitiu que aquela que foi "cheia de
graça" desde o primeiro instante de seu ser, fosse corrompida pela morte e
pelo túmulo.
Gostaria de lhe explicar, um pouco mais, o que significam as palavras do anjo a
Nossa Senhora, quando a saudou, anunciando-lhe que ela seria a Mãe do Redentor.
O anjo disse a Maria : "Deus te salve, ó cheia
de graça". Essa expressão "cheia de graça", é um
vocativo. É como um nome que o anjo deu a ela.
A palavra que expressa isso, em grego, é kekaretome,
palavra que significa ser que foi desde sempre, que é ainda agora,
e que continua sendo cheia de graça, isto é Imaculada, sem pecado
original.
Portanto, o anjo diz, no Evangelho, que Nossa Senhora foi, é, e sempre será, sem pecado. E por isso ela foi preservada do pecado
original e das conseqüências da morte. E ressuscitou como Cristo, sem ter sido
corrompida pela morte, e pelo sepulcro.
É isto que a Igreja crê sobre Nossa Senhora.
Se Adão e Eva não tivessem pecado, eles nunca morreriam, e iriam ao céu
diretamente, em corpo e alma.
Ora, Nossa Senhora -- como Cristo-- foi preservada de
todo o pecado. Ela foi a nova Eva como Cristo foi o
Novo Adão. E, como Jesus, ela foi levada ao céu diretamente, sem corrupção,
como Eva teria ido, se não tivesse pecado.
Escreva-me sempre. Escreva-me muito, especialmente, neste inicio de conversão,
para que eu o ajude em tudo quanto eu possa.
Quisera dizer-lhe tudo o que sei, toda a estima, em
Cristo, que sua conversão me desperta. Não sendo possível escrever tudo, e
ficar falando com você mais tempo, rogo a Deus que lhe fale na alma as palavras
mais necessárias de que você necessita. Rogo a Nossa Senhora que cuide de sua
alma, como de um filho muito querido, e muito necessitado. Que ela lhe fale, na
alma, tudo o que não tenho meios nem capacidade de lhe escrever.
Entrego sua alma ao Coração maternal de Maria Santíssima. Ela que rogou pelos
noivos em Caná, ela que cuida de todos nós, é sob a
guarda dela, que o coloco em custódia.
Posuimus te custodem.
Nós Te colocamos como guardiã nossa.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
A Bíblia
Católica e a Bíblia Protestante
GUNTA
Enviada em: |
14/01/2006 |
Local: |
Luziânia - GO, Brasil |
Religião: |
Católica |
Idade: |
46 anos |
Escolaridade: |
1.o grau incompleto |
Profissão: |
Aposentado |
A BÍBLIA CATÓLICA E A PROTESTANTE
A Bíblia é o conjunto de todos os livros inspirados por DEUS. É a coleção completa
de tudo o que foi escrito sob a inspiração DIVINA. A palavra “Bíblia” significa
“Livros”. A Bíblia se divide em duas partes: Antigo Testamento e Novo
Testamento. O Antigo Testamento conta a História do início da humanidade até
JESUS. O Novo Testamento narra a vida de Jesus, Sua
Doutrina e a história dos primeiros anos da Sua Igreja (A Santa Igreja Católica
Apostólica Romana ).
As passagens bíblicas começaram a ser escritas esporadicamente (de tempos em
tempos) desde as épocas anteriores a Moisés. Moisés foi o primeiro codificador
das tradições orais e escritas de Israel, no século XIII(Ano 1.300 antes de
CRISTO). A essas TRADIÇÕES (Leis, narrativas, peças litúrgicas) foram
acrescidos, aos poucos outros escritos, no decorrer dos séculos.
O Antigo Testamento foi quase todo escrito em hebraico, sobre peles de
cordeiros (pergaminhos). O Novo Testamento foi todo escrito em grego, também em
pergaminhos. No século I da Era Cristã, começaram a aparecer os livros cristãos
(Cartas de São Paulo, Evangelhos, Cartas dos Apóstolos e Apocalipse) que se
apresentam como continuação dos Livros Sagrados dos Judeus. Estes, porém, (Os
Judeus) não tendo aceitado JESUS COMO O MESSIAS, trataram de impedir que se
fizesse a “aglutinação” de Livros “Cristãos" (Novo Testamento) aos Livros
Sagrados deles. (Antigo Testamento) Por causa deste problema os Judeus de
Jerusalém se reuniram no Sínodo de JÂMNIA, ao sul da Palestina, por volta do
ano 100 depois de CRISTO, a fim de estabelecer os critérios que deveriam
caracterizar os livros inspirados por DEUS. Foram estipulados os seguintes
critérios:
Primeiro: O Livro Sagrado não pode ter sido escrito fora de Israel.
Segundo: Não em língua aramaica ou grega ou outra língua estrangeira. (Os
Evangelhos foram escritos em GREGO)
Terceiro: Não depois de "Esdras".
Acontece, porém, que em Alexandria, No Egito, havia uma próspera colônia de
Judeus que, vivendo em terras estrangeiras e falando língua estrangeira (O
Grego), não adotou os critérios nacionalistas estipulados pelos Judeus de Jâmnia. Os Judeus de ALEXANDRIA chegaram a traduzir o
Antigo Testamento para o Grego entre 250 e 100 antes de CRISTO, dando assim
origem à Versão Alexandrina do Antigo Testamento, também chamada de “Dos
Setenta Intérpretes”. Esta edição bíblica “grega” encerra (acolhe) os Livros
que os Judeus de Jâmnia rejeitaram. Ora, acontece que
os Apóstolos e Evangelistas, ao escreverem o Novo Testamento em grego, citavam
o Antigo Testamento “alexandrino”, escrito em grego, mesmo quando diferia do
texto em hebraico. Para comprovar estes fatos, basta ver MATEUS – 12,3(que cita
Isaías 7,14) e HEBREUS – 10,5(que cita Salmo 40,7) (Estes escritos NÃO fazem
parte da Bíblia dos Judeus de Jerusalém-Jâmnia). Por
conseqüência, O Livro Sagrado de “Alexandria” foi o Livro que os Apóstolos e Evangelistas
nos deixaram. Ora, se os Apóstolos eram, por todo tempo, inspirados e guiados
pelo ESPÍRITO SANTO, então este Antigo Testamento de “Alexandria” é o que
devemos aceitar. Este Antigo Testamento é o mesmo da Igreja Católica. Prevalece
até hoje, na Igreja Católica, a consciência de que, Os Livros Sagrados tem de
ser o mesmo adotado pelos apóstolos, posto que agiam
sob a ação direta do ESPÍRITO SANTO. Em Vista disso os Concílios da Igreja
Católica de Hippona (Ano 393) - Cartago III (Ano 397)
- entre outros, definiram a Bíblia Católica, que posteriormente foi confirmada
nos Concílios de Florença (1442) e Vaticano (1870). Quem é Martinho Lutero para
contestar um legado dos Santos Apóstolos do Senhor Jesus? (O Antigo Testamento
que Martinho Lutero adotou é o mesmo dos Judeus de Jerusalém, que rejeitaram O
Messias, Jesus Cristo, pregando-O na Cruz!)
Importantíssimo: até o ano de 1.500, a única Bíblia Cristã existente na face da
terra era a Bíblia Católica! Foi Martinho Lutero, um ex-sacerdote, excomungado
pela Igreja, que, ao criar a “sua” igreja, denominada de “Igreja Luterana”,
forjou a “sua bíblia”, tomando a Bíblia Católica sem os SETE LIVROS citados
anteriormente, que passou desde então a ser chamada de “bíblia protestante”.
Aliás, a Bíblia que os Apóstolos e Evangelistas nos deixaram contém exatos 73
livros. Martinho Lutero, simplesmente tirou SETE LIVROS DA BÍBLIA CATÓLICA e
“fez” assim a “sua bíblia protestante”, contendo 66 Livros. Ora, todos sabemos
que o número de satanás é 6(Seis). Sabemos que é ele
(satanás) quem causa divisão e discórdia no Povo de DEUS.
Agora vamos raciocinar: Se concordamos que os Apóstolos tem
a unção do Espírito Santo, então temos que concordar que a palavra que eles nos
legaram é a autêntica “Palavra de Deus”, que não por acaso é a Bíblia Católica!
as igrejas protestantes e os seus fundadores
NOME FUNDADOR DATA LOCAL
Igreja
Luterana Martinho
Lutero 1.517
Alemanha
Igreja Episcopal
(Anglicana) Rei Henrique
VIII 1.534 Inglaterra
Igreja
Presbiteriana John Knoxx
1.560 Escócia
Igreja Congregacional Robert
Browne 1.580
Inglaterra
Igreja
Batista John
Smith 1.611 Inglaterra
Igreja
Metodista John
Wesley 1.738 Inglaterra
Igreja de Jesus
Adventista Willian
Miller 1.831 EUA
Testemunhas de
Jeová Charlles Russel 1.874 EUA
Exército da
Salvação William
Booth 1.878
Inglaterra
Espiritismo
Allan Kardec 1.893 EUA
Igreja
Pentecostal Vários
“pastores” 1.914 EUA
Assembléia de
Deus Vários
“pastores” 1.914 EUA
(No ano de 1.517, quando foi “inventada” a primeira denominação
protestante, a Igreja Católica já tinha cerca de 1.480 anos! Alíás, a Bíblia dos Apóstolos (Católica) foi traduzida do
grego para o latim por São Jerônimo por volta do ano 300! (A Igreja Católica já
tinha 267 anos e São Jerônimo era Padre) a Bíblia fala muito sobre os “falsos
pastores ”que surgiriam nos fins dos tempos! Só não vê quem não quer! == todas
as demais denominações não relacionadas acima surgiram mais recentemente.
a Igreja Católica é a única Igreja pentecostal, pois “nasceu” no dia de
Pentecostes!. = É a única verdadeiramente “universal”, pois é a única que está
presente em todas as nações da face da terra!. (aliás, “católica” é uma palavra
“grega”-katholes-, que em bom português significa: de todos – universal) – É a única que tem um único ritual em
qualquer país do mundo! É a única cujo povo fala a mesma "linguagem"
em qualquer lugar do mundo! É a única que existe desde o princípio do
cristianismo e cujo povo é o único que anda na Presença “física” de =DEUS= na
Eucaristia! Povo Católico, povo que se alimenta com o “Pão do Céu”, o “Maná
Escondido”, que nos sustenta para a Vida Eterna!!.
RESPOSTA
Muito prezado Eurípedes,
salve Maria!
Muito obrigado por sua carta contendo tantas informações úteis sobre a Sagrada Escritura. Que Deus o recompense por sua contribuição que certamente ajudará muitas pessoas que lêem o site Montfort
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
PERGUNTA
Enviada em: |
22/08/2004 |
|
Local: |
Montes Claros - MG, |
|
Religião: |
Católica |
|
Idade: |
46 anos |
|
Escolaridade: |
Pós-graduação concluída |
|
Profissão: |
Professor |
|
Caríssimos:
No exercício do magistério, sou, às vezes, interpelado e contestado por protestantes
das mais diversas denominações. Acabei descobrindo que em síntese, apenas duas
questões afastam as pessoas mais simplórias do catolicismo.
A primeira refere-se à intercessão dos santos, porque remete ao espiritismo e à
idolatria - o culto às imagens.
A segunda refere-se ao primado de Pedro e à fundação da Igreja Católica
Apostólica Romana. O argumento, de origem Batista, é sobejamente conhecido: O
imperador Constantino seria o "fundador jurídico" da Igreja. A
intenção óbvia é justificar a fundação da Igreja deles, fazendo-as remontar ao
que chamam de "Igreja Primitiva" - também de origem apostólica - sem
hierarquias, dogmas. Apenas "comunidades orantes"
cujo fundamento é a frase bíblica que diz que "onde dois ou mais estiverem
reunidos em meu nome..."
Via de regra,costumo refutar bem as acusações de
idolatria, com fundamentação bíblica, já que eles não aceitam a Tradição.
Costumo citar a ressurreição de um comerciante assassinado, quando em contato
com os ossos de Eliseu. Também é fácil comprovar biblicamente, a intercessão
dos fiéis - da igreja militante ou gloriosa. A intercessão se dá COM CRISTO,
POR CRISTO E EM CRISTO, como se depreende das cartas de São Paulo.
Há aproximadamente uma semana, debati com dois neopentecostalistas,
utilizando os argumentos supracitados, além daquela passagem bíblica:
"Ainda hoje estarás comigo no Paraíso". Não foi suficiente, porque refutaram-me dizendo que o "hoje" de Deus é
atemporal, já que Deus também o é. Citaram-me também a parábola do pobre Lázaro
e do rico Epulão: "É impossível que um de nós vá
aí atender-te, ó sedento, como também é impossível que um de vós vir até aqui, porque há um abismo entre nós”. Assim, mesmo
que São Dimas tenha ido para o céu, de forma alguma poderia comunicar-se
conosco ( ainda que não estejamos no inferno ).
Em resumo, gostaria de merecer dos senhores,o obséquio de descobrirem - de
preferência no Novo Testamento - argumentos que comprovem que os santos JÁ
GOZAM EFETIVAMENTE DA GLÓRIA DE CRISTO. Em outras palavras: Que não será preciso
esperar "no limbo" até o Juízo Final, para desfrutarmos da visão
beatífica. Outrossim, gostaria de ter acesso a
documentos históricos que provem a transmissão do poder papal de São Pedro para
São Lino, deste para Santo Anacleto, deste último para São Clemente I e assim a
todos os papas pré-constantinopolitanos.Se for
trabalhoso o meu pedido, peço indicar-me outras fontes, já que não sou biblista nem exegeta.
Por último, uma sugestão: Concentrem o seu esforço apologético nos pontos
citados por mim.Digo isto como humilde sugestão apenas; extraída da minha
vivência e não da força dos estudos e títulos acadêmicos, já que não os possuo.
Em Jesus e Maria,
Eugênio Palma Avelar
RESPOSTA
Muito prezado Professor Eugênio,
Salve Maria!
Com prazer li, e
atendo, a carta que me mandou. Lendo-a, lembrei-me de meus debates com
protestantes, comunistas e ateus em meu tempo de magistério.
Deus o ajude sempre em seu apostolado, fazendo
com que tenha muitos frutos.
Sobre a intercessão dos santos,
aconselho que você comece provando que já no Antigo Testamento ela aparece
muito claramente.Portanto, é verdadeira. Por que teria
isso mudado no Novo Testamento?
Para provar que os santos zelam e intercedem pelos vivos, você argumentou muito bem citando o
caso dos ossos de Eliseu, que ressuscitaram um morto (IV Reis, XIII, 21).
Poder-se-iam citar outras
passagens ainda.
Lembro-lhe, antes de tudo, que Deus se dizia o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o
Deus DOS VIVOS, quando eles já estavam mortos.
"Lembra-te de Abraão, de
Isaac e de Israel, teus servos, a quem por ti mesmo juraste" (Ex. XXXII, 11).
No livro de Jó
se lê que Deus disse aos amigos de Jó que o
recriminavam injustamente:
"Tomai, pois, sete touros e sete carneiros, ide ao meu servo Jó e oferecei um holocausto por vós, e o meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão
para que não se vos impute essa estultícia" (Jó,
XLII, 8).
Portanto, Deus colocou Jó como intermediário
entre Ele e os amigos de Jó.
Outro exemplo é o de Abraão que intercedeu por Sodoma, e Deus aceitou a sua
intercessão (Gen. XVIII, 26-32).
Também Lot intercedeu por Segor
(Gen XIX, 21).E o próprio Deus disse a Abimelec:
"Agora, pois, entrega a
mulher a seu marido, porque ele [Abraão] é profeta; e rogará por ti e tu
viverás" (Gen XX, 7).
Portanto, Deus anuncia que Abraão
será intercessor por Abimelec e que Deus, por isso, o
atenderá.
E no livro dos Números se lê que Moisés intercedeu pelo povo e que Deus o
atende:
"Entretanto levantando-se
uma murmuração do povo contra o Senhor, como de quem se queixava de fadiga. O
Senhor, tendo ouvido isso, irou-se. E o fogo do Senhor, aceso contra eles,
devorou uma extremidade do acampamento. O povo tendo chamado Moisés, Moisés
orou ao Senhor e o fogo extinguiu-se" (Num. XI, 1-3).
E quando Israel combatia, se Moisés intercedia pelo povo, Deus dava a
vitória às armas de Israel;
"E quando Moisés tinha as
mãos levantadas, Israel vencia, mas se as abaixava um pouco, Amalec levava vantagem" (Ex. XVII,
11).
No Novo Testamento você poderá ler que os dois primeiros milagres de
Cristo foram feitos a rogo de Nossa Senhora, por intercessão da Virgem Maria.
O primeiro milagre de Cristo, na ordem da graça foi o perdão do pecado
original em São João Batista, antes que ele nascesse.
Quando a Virgem Maria logo
depois da encarnação de Cristo, foi visitar sua prima Santa Isabel, foi só
ouvir a voz de Maria para que fosse feito um milagre em São João Batista no
seio de Santa Isabel:
"Aconteceu que, apenas
Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou em seu ventre e Isabel
ficou cheia do Espírito Santo. Exclamou ela em alta voz e disse:
"Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre. Donde
me vem a mim esta dita, que mãe de meu Senhor venha a ter comigo?" (Luc. I, 41-44).
E o primeiro milagre de Cristo na ordem natural foi a transformação da água em
vinho em Caná da Galiléia,
milagre que Ele fez a pedido da Virgem Maria (Jo. II,
1-10).
Deus faz assim porque quer que nos amemos mutuamente por amor de Deus, e
peçamos e intercedamos uns pelos outros as graças de que temos necessidade.
E ainda, na passagem do rico e
Lázaro, onde o pobre vai para o seio de Abraão, no
céu. O pobre Lázaro não fica "dormindo” aguardando o dia do Juízo final,
no fim do mundo (S. Lucas, XXIII, 42-43), como você bem lembrou.
E o que argumentaram seus
contendores protestantes sobre a não comunicação se refere à impossibilidade de
sair do inferno e a incomunicabilidade dos condenados com os vivos. E, depois,
deve-se notar que não comunicação não significa impossibilidade de intercessão.
Portanto as almas dos santos não
estão "dormindo", ignorando o que acontece, mas, ao contrário, estão
junto a Deus, e com mais razão ainda -- pois não podem mais pecar ou
desobedecer a Deus em absolutamente nada -- podem interceder pelos seus
parentes, amigos, pela Igreja, e mesmo pela conversão daqueles que nem imaginam
ou que negam que isso seja possível.
Quanto ao "hoje" que
Cristo disse ao bom ladrão, de fato, ele significa a eternidade, o dia que não cessa, o hoje eterno.
Mas, então, aquele "ainda hoje estarás
comigo no paraíso" significava que o bom ladrão iria ao céu com Cristo,
gozando desde então a felicidade eterna, e não aguardando por essa felicidade
"dormindo" até o fim dos tempos.
Se São Paulo constantemente pedia a oração dos
fies uns pelos outros, e até por ele, como ao morrer se passa para o HOJE
eterno, -- que não é um estado de zumbinismo, e sim
"o seio de Abraão", o céu, --é claro que esse poder da oração diante
de Deus continua, e é até mais poderoso, após a morte, porque senão teríamos
mais poder de interceder pela oração quando vivos do que quando estivéssemos
com Deus no céu, no "seio de Abraão".
Por
isso, a Igreja sempre acreditou na intercessão dos que haviam "morrido em
Cristo," isto é, santamente.
Daí o culto aos mártires
desde o tempo das catacumbas.
Veja, caro professor
Eugênio estas inscrições encontradas nas lápides tumulares, nas catacumbas:
"Ático,
dorme em paz seguro de tua salvação e pede solícito por nossos pecados"
(Inscrição em lápide, hoje no Museu Capitólio)
"Vicência, pede
em Cristo por Febe e por seu esposo"
(Catacumba de São Calixto).
"Sabácio, doce
alma, PEDE E ROGA PELOS IRMÃOS E COMPANHEIROS TEUS"
(Catacumba de São Gordiano).
"Genciano,
fiel, em paz, que viveu 21 anos, 8 meses e 16 dias. QUE
EM TUAS ORAÇÕES ROGUES POR NÓS, PORQUE TE SABEMOS EM CRISTO"
(Lápide encontrada na via Salária).
E veja Professor, esta outra inscrição como mostra a crença dos
cristãos primitivos no Purgatório:
" Ó Cristo, tem
presentes a Marcelino pecador e a Jovino, que sempre vivais em Deus “(Cemitério
de São Pedro)
[Todas
estas inscrições estão citadas no livro de Lúcio Navarro, Legítima
Interpretação da Bíblia, p. 542]
Quanto
à sucessão petrina.
Como sua dúvida é
mais voltada à continuidade do Primado, dou-lhe, a seguir, algumas
indicações, tiradas da excelente coletânea de artigos de São Francisco de
Sales, reunidas e compiladas sob o título de Controvérsias. Sobre a
primazia de Pedro concedida pelo próprio Cristo, favor consultar nosso pequeno
artigo "O Primado de Pedro" (www.montfort.org.br/cadernos/primado.html):
"São Pedro foi o Bispo de Roma, como provam as fontes antigas.
Apesar de ter sido antes Bispo de Antioquia, a sucessão dessa Sé não implicava
em sucessão papal, mas em sucessão episcopal apenas. E o motivo é simples: São
Pedro continuava vivo e em Roma quando se deu a sucessão em Antioquia, e portanto conservava ainda seu poder Papal, condicionando-o
a Roma e aos sucessores da capital do Império.
Pois a sucessão deve se dar para que o
poder Papal continue guiando a Igreja. O poder Papal não é pessoal, mas é
exercido por aquele que legitimamente sucede São Pedro, que por sua vez recebeu
o poder do próprio Cristo.
Como dissemos, então, Pedro se encontrava em Roma, exercendo seu poder Papal,
quando com sua morte se deu a necessidade de sucessão."
Assim nos refere S. Irineu (iii, 3): "Para a maior e mais antiga a
mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e
Paulo." e depois "Os bem-aventurados Apóstolos portanto, fundando e
instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la
como Bispo; a este sucedeu Anacleto; depois dele, em terceiro
lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o
episcopado."
E citemos ainda Tertuliano (Pr. xxxii): "A Igreja também dos
Romanos publica - isto é, demonstra por instrumentos públicos e provas - que
Clemente foi ordenado por Pedro." e no mesmo livro (xxxvi): "Feliz
Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua doutrina
integral!" - e falando da Igreja Romana, "onde a paixão de Pedro se
fez como a paixão do Senhor."
Eusébio (Chron. ann.
44): "Pedro, de nacionalidade Galiléia, o
primeiro pontífice dos Cristãos, tendo inicialmente fundado a Igreja de
Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco
anos Bispo da mesma cidade."
Epifânio
(ii. 27): "A sucessão de bispos em Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, Cleto, Clemente, etc..."
Dorotheus (in Syn.):
"Lino foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro."
Optato de Milevio
(de Sch. Don.): " Você não pode negar que sabe
que na cidade de Roma a cadeira episcopal foi primeiro investida por Pedro, na
qual Pedro, cabeça dos Apóstolos, a ocupou." e um pouco adiante: "Pedro
a ocupou primeiro, e a ele sucedeu Lino, e a Lino, Clemente."
S. Jerônimo (ad. Dam.): "Com o sucessor
do pescador e o discípulo da cruz que eu me comprazo: Eu estou unido em comunhão
com Sua Santidade, na cadeira de Pedro."
Santo Agostinho (Ep. 53, ad. Gen.): "A
Pedro sucedeu Lino, a Lino Clemente." (todas as citações em: Sales, St. Francis de, The Catholic Controverse, Tan Books and Publishers Inc., USA, 1989, págs. 280-282)
A
Enciclopédia Católica também traz mais referências
históricas sobre o assunto, e vale a pena ser consultada para aprofundamento. (http://www.newadvent.org/cathen/)
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Imagens,
ídolos, veneração, adoração
PERGUNTA
Nome: |
Saul (Questionamentos feitos por membros da Igreja Batista da Lagoinha/BH) |
Enviada em: |
13/01/2000 |
Local: |
Belo horizonte - MG, |
Religião: |
Protestante |
Caro Orlando Fedeli, que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, esteja sempre convosco.
Li a página ESPAÇO DO LEITOR, deste site, onde você deu uma resposta ao Leitor Sandro, a um e-mail, por ele enviado em: Sábado, 27 de Novembro de 1999 17:08, se eu tivesse o e-mail dele, enviaria esta, com cópia para ele, mas como não possuo, caso a você seja impedido de publicar minha carta, fico satisfeito se, por motivos profissionais ou particulares, responder diretamente a mim.
Vamos direto ao assunto:
No livro do Apóstolo Mateus, em seu capítulo 4, no versículo 10, lemos:
“Ao Senhor teu Deus adorarás e SÓ A
ELE DARÁS CULTO"
Palavras como adoração,
veneração, ídolos e imagens, confundem um pouco a cabeça de todos, não é mesmo?
A meu ver, a idolatria, por exemplo, confunde as pessoas que passam a
identificar as estátuas com vidas.
Iludidas, por este engano repetem: "Não adoro ídolos. Ídolo é outra
coisa. Essas imagens são de Santos, eu não as adoro,
apenas v e n e r o..."
Vamos para nossa gramática. Ao compararmos o significado exato das expressões adoração e veneração, veremos que são equivalentes. Abra o seu Aurélio e veja que Adorar - (do LATIM adorare) - Reverenciar, amar extremamente, VENERAR, idolatrar
Pois bem, feche o seu Aurélio,
Se não houvesse adoração, então não haveria orações àquele ídolo ou imagem ou
chame do que quiser, nem lhe dariam ofertas (pagadores de promessas) e muito
menos se prostrariam diante dele. (Reverenciar).
Se há tudo o que citei, por sinonímia, há adoração. É urgente que todos
conheçam a Palavra de Deus, pois ela condena, por muitos versículos, a
idolatria, a adoração (ou veneração) a imagens de santos.
"Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm MÃOS, mas não apalpam; têm PÉS, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. SEMELHANTES a eles sejam os que fazem, e todos os que neles CONFIAM.
O salmista (Sl 115. 4- 8), ao falar em MÃOS e PÉS, com certeza, não está se referindo às SERPENTES, a BOIS, a LEÕES ou a RATOS.
E, além do mais, quando queremos ver toda sorte de animais, dirigimo-nos ao Zoológico e não à Igreja Católica (Tida por alguns, como única e verdadeira... em outra visita questionarei este assunto, na {Palavra de Deus), mesmo porque, nas laterais e nos altares das igrejas, o que vemos, não são figuras de animais, mas sim, muitas vezes em tamanho natural, IMAGENS DE HOMENS ou MULHERES, que têm mãos, pés, olhos, garganta, nariz ouvido e etc.)
Nas escrituras, também lemos [...] para que não vos corrompais e vos faça alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher (grifo meu); semelhança de algum animal que há na terra; semelhança de algum volátil que voa pelos céus; semelhança de algum animal que rasteja sobre a terra; semelhança de algum peixe que há na águas debaixo da terra. Guarda-te não levantes os olhos para os céus, não sejas seduzido a inclinar-te perante eles, e dês culto àqueles, coisas que o Senhor teu DEUS repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus. Mas o Senhor vos tomou [...] para que lhe sejas povo de herança como hoje se vê. "(dt 4:16-20)
Para que você, caro Orlando Fedeli, sempre se lembre, antes de digitar a seguinte frase:
NÃO CONTRADIÇÃO NENHUMA EM NOSSO DEUS, querendo desta forma achar que os evangélicos (protestantes, como você, erroneamente nomeou), isolam determinados textos, como por exemplo, o famoso (Deut. XVI, 21 ou Dt 16:21) de outros textos, eu vos digo que os evangélicos não isolam textos, pois se você tiver a curiosidade que, a princípio parece não ter tido, de abrir, pode ser a sua Bíblia, o Segundo livro de Reis, capítulo 18, versos 3 e 4:
"Fez ele o que era reto perante o Senhor, segundo tudo o que fizera Davi, seu pai. Removeu os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo o poste-ídolo; e fez em pedaços a SERPENTE QUE MOISÉS FIZERA, porque até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamavam Neustã.
Ezequias fez o que era reto diante do Senhor porque o amava e queria serví-Lo com inteireza de coração.
Prossigo...
Disse-nos Jesus Cristo:
“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
NINGUÉM vem ao pai senão por mim" (Jo 14:6)
“E farei tudo o que pedirdes em meu
nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em
meu nome, eu o farei." (Jo 14:13)
O Apóstolo Paulo inspirado pelo
Espírito Santo escreveu:
“Porquanto há um só mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus: (1Tm 2.5)
Creio eu, corrija-me (na Palavra), que para chegarmos a Deus, não dependemos de Santo Doze Apóstolos, nem Frei Damião, nem Madre Tereza de Calcutá, nem irmã Dulce ou irmã Benigna, nem Padres Cícero ou Eustáquio, pois Cristo é bem claro e nem precisa ter ser muito inteligente, para saber que é somente através de Jesus Cristo, sem intermediários, chega-se a Deus.
“Disse-nos também Jesus Cristo:”
Gostaria de desafiá-lo a publicar na íntegra, e responder, na coluna ESPAÇO DO LEITOR, uma vez que sou, não assíduo, mas leio, a Home page Montfort Associação Cultural.
Conhecereis a verdade e verdade vos libertará (Jo 8:32)
Em tempo, não sou protestante, pois nasci no Brasil. Respeito é bom e nós gostamos.
RESPOSTA
Protestador e contraditório Saul,
"Ave Maria, cheia de graça.
o Senhor é convosco" (Luc I, 28),
“bendita és tu entre todas as
mulheres" (Luc, I 43).
Sr. Saul, o senhor começa
desejando-me a paz e termina me desafiando e insinuando que não respeito os
outros. Como prova de seu respeito "evangélico” o senhor me diz:
“Quando queremos ver toda sorte de
animais, dirigimo-nos ao Zoológico, e não à Igreja Católica" etc. E me diz
ainda, no final de sua carta - tendo esquecido o que me escrevera sobre
Zoológico no meio dela:
“Respeito é bom e nós gostamos".
Eu também gosto de respeito. Mas não consideraria respeito, quem, por falso respeito por mim, me deixasse em erro. Eu agradeceria quem me mostrasse algum erro, para me corrigir e para me salvar, porque o respeito pelas pessoas exige que não se respeitem seus erros. É o que faz qualquer professor ao corrigir as provas de seus alunos queridos.
Aceito sim seu desafio e publicarei
sua carta, com prazer. Ela é divertida, e divertirá bem nossos leitores.
Não se queixe das aproximações que farei - em devolução da sua -- e que
serão divertidas também.
Depois de me desejar a paz, o Sr. vem armado contra mim, para me desafiar ao combate, como
se eu fosse Golias.
Eis pois Saul, qual novo e heróico Davi, armado com o "pai dos
burros" (o dicionário) e com textos escolhidos e mal lidos da Sagrada
Escritura.
E é a primeira vez que Saul imita Davi. Mas se Saul, que não era nada bom, profetizou entre os profetas (I Reis XIX, 24), por que o Sr. -- que também é Saul, não poderia me desafiar, heroicamente, qual novo Davi?
Eis, pois, Saul, hoje, entre os "guerreiros"... da Internet. Querendo posar de sábio profeta, dicionarista e teólogo. Com Bíblia protestante e dicionário a tiracolo.
Pois meu caro Saul aprenda, em primeiro lugar, que nenhum dicionário é tratado de epistemologia, de hermenêutica ou de exegese. E saiba que qualquer estudo mais sério de sinonímia lhe dirá que não há sinônimo que seja absolutamente equivalente.
Aprenda ainda, meu caro opositor, que se existem duas palavras distintas para designar algo ou uma ação, é porque cada uma delas dá um matiz diverso da coisa ou da ação designada. Se duas palavras são absolutamente idênticas, a língua tende a eliminar uma delas.
Assim, adorar não é venerar, nem,
muito menos, idolatrar. Cada uma dessas palavras tem sentidos diferentes.
Se o seu "pai de burros" não faz essa distinção, é porque é um
"Pai de burros" muito pouco sábio. E apesar de o mais famoso
"pai de burros", no Brasil, se chamar
Aurélio, se o sr. compará-lo com qualquer "Pai
de Burros” estrangeiros verá logo uma diferença... uma
diferença... digamos... gigantesca
(hesitei na escolha do adjetivo, e coloquei um muito vulgar, só para manter o
respeito).
Adorar significa reconhecer como
Deus, criador de todas as coisas.
Idolatrar, embora seu amigo Aurélio -- que não mora aqui em casa -- não
explique isso, significa em certo sentido o oposto, pois designa a ação de
adorar uma criatura em vez de adorar o Criador.
Materialmente, a ação de adorar e a ação de idolatrar são idênticas. Formalmente são opostas.
O senhor certamente compreende a diferença entre matéria e forma, na consideração de uma ação. Mas, para auxiliar sua recordação e compreensão dão-lhe um exemplo didático, visto que um especialista em dicionário e em leitura enviesadas da Bíblia normalmente anda tão atarefado em decorar e citar a Escritura por "centímetros" e "milímetros", que facilmente pode ter esquecido uma coisa tão primária. Ademais, o "pai dos burros" nacionais, ou mesmo seus eqüivalentes estrangeiros, não trata disso.
Pois veja lá, seu Saul, o exemplo
didático que lhe prometi:
Um médico que opera o coração de um doente e um assassino, materialmente, agem
de da mesma forma: abrem o peito de um ser humano com instrumento perfurador e
cortante (bisturi ou punhal). Entretanto, formalmente suas ações são opostas,
pois um tem por fim curar o homem de quem abriu o peito -- (É o médico,
entendeu, seu Saul?) -- enquanto o outro visa tirar a vida de quem abriu o
peito com o punhal. (É o assassino, está claro, seu Saul?).
Assim quem adora a Deus e quem adora o ídolo materialmente fazem as mesmas coisas, que formalmente são opostas. Por isso é que existem as palavras adorar e idolatrar.
O pobre Aurélio diz que adorar, venerar, idolatrar, amar extremamente são sinônimos. O senhor é que me garante isso. E quem o seguisse, e seguisse seu modo enviesado de ler, seu Saul, concluiria que, quando alguém diz: "Eu adoro chocolate", estaria considerando que chocolate é o Criador do céu e da terra. E quando o senhor mesmo dissesse: "Amo extremamente meus filhos", estaria -- na opinião do Aurélio -- cometendo ato de idolatria, já que para ele, e para o senhor, amar extremamente é o mesmo que adorar.
Que besteira, não é seu Saul?
O senhor vê para que atoleiro o conduziu o "pai
dos burros"?
Seu Saul, seu Saul... Deixe para lá seu "pai dos burros". Saia do
atoleiro.
Quer um conselho? Seja "órfão". Pelo menos quando discutir religião
ou filosofia, não se baseie em dicionários populares; seja "órfão",
repito.
Mas provavelmente o senhor não aceitará meus conselhos. Onde já se viu Saul,
querendo imitar Davi, aceitar um conselho de alguém que ele considera como
Golias, embora eu tenha só 1,61m. de altura.
Paciência!... O conselho está generosamente dado.
O senhor me diz que é evangélico
e não protestante.
Isso é falso, seu Saul. O senhor é protestante mesmo. Não existe a religião
"evangélica". Esse adjetivo é falsamente usado pelo senhor como por
muitos hoje em dia.
Qual é a denominação de sua seita seu Saul?
Não esconda o que o senhor é, por trás do adjetivo "evangélico", que
é vago demais.
Nele cabem os luteranos que crêem que Cristo é Deus. Nele se escondem também os Testemunhas de Jeová que não crêem na divindade de
Cristo.
Qual é a sua seita seu Saul? Há milhares de seitas que se dizem
evangélicas, cada uma acreditando ser a única verdadeira igreja. Qual é a sua
seita seu Saul? O senhor não diz: esconde-se atrás do termo evangélico.
Na verdade, o senhor é filho de
Lutero. E não é preciso ser alemão para ser protestante, isto é, para ser filho
de Lutero. Há, infelizmente, brasileiros filhos dele (e do dicionário).
E não se queixe da "aproximação", pois foi o senhor que aproximou Igreja Católica e Zoológico.
O senhor conhece Camões, seu Saul? Conhece? Lembra-se do que ele escreveu?
"Pois até entre os
portugueses
traidores houve algumas vezes".
Pois me lembrei desse verso,
quando li sua última frase: "Em tempo, não sou protestante, pois nasci no
Brasil".
Pois até entre brasileiros, protestantes houve muitas vezes, seu Saul.
Quem nasce no Brasil é brasileiro, mas não necessariamente é católico,
protestante ou tintureiro.
O senhor não anda bem da lógica seu Saul. O dicionário e a leitura enviesada da
Bíblia andam lhe causando "reumatismo na imaginativa", seu Saul.
Quer uma prova?
O senhor me cita o texto do II livro dos Reis (XVIII, 3-4) para provar que o
Rei Ezequias destruiu a serpente de bronze feita por
Moisés.
Obrigado pela prova de que tenho razão.
Pois o que prova esse texto que o senhor cita?
Prova:
1) Que Moisés fizera de fato uma serpente de bronze;
2) que essa serpente fora conservada pelos judeus durante longo tempo;
3) que eles acabaram por adorá-la ou a prestar-lhe culto indevido;
4) que por isso, Ezequias a quebrou.
Teria agido mal Moisés ao fazer a
serpente de bronze? É claro que não, pois foi o próprio Deus quem ordenou
fazê-la e olhar para ela para que os judeus se curassem.
Erraram os judeus conservando-a? É evidente que não, porque mostravam gratidão
e obediência a Deus. E entre os que conservaram estavam Moisés, Josué, os
Juízes, Daví, Salomão. Será que todos eles estavam
errados? Será que nenhum deles tinha um "Aurélio" -- um dicionário à
mão para saber que adorar, venerar, reverenciar, amar
extremamente é tudo a mesma coisa?
E nenhum deles contou com um sábio Saul para aconselhá-lo? Por que, durante
tantos séculos, Deus e seus enviados permitiram que se guardasse a serpente de
bronze?
É evidente que permitiram porque ela não era adorada. Quando a transformaram abusivamente em ídolo, Ezequias a destruiu. Mas fique sabendo, caro Saul, que abusus non tolit usum. E não pense que isso é lei da Igreja: é um princípio jurídico do Direito Romano. O abuso não tolhe o uso. Se alguém abusa do culto de dulia de um santo e de sua imagem, e passa da veneração a idolatria, isso é um abuso condenável que não proíbe nem invalida o culto de dulia -- e não de latria -- de um santo e de sua imagem.
Erraram depois os judeus
transformando-a em ídolo? Evidente que sim, e, por isso fez bem Ezequias em destruí-la.
Portanto, enquanto não se adora uma imagem como se fosse Deus, é lícito tê-la e
mesmo "olhar para ela para ser curado" como Deus mandou.
E nenhum católico de verdade olha para uma imagem de Nossa Senhora e dos santos julgando que sejam Deus e adorando essas imagens. Nós as veneramos tal qual o senhor venera o retrato de sua mãe.
E quando rezamos para Nossa
Senhora, só repetimos o texto de São Lucas que lhe citei no começo desta carta.
E que o senhor certamente recusa repetir.
Em São Lucas se lê ainda: "Todas as gerações me chamarão de bem
aventurada" (Luc. I, 48)
Todas as gerações chamarão a Virgem Maria de bem aventurada. Menos a sua seu
Saul.
Qual é então a sua geração seu Saul?
Está vendo como sua leitura da Bíblia é enviesada?
O senhor me pede para corrigi-lo mostrando-lhe (pela Palavra) que para chegar a Deus o senhor só pode fazê-lo por meio de Cristo. Pois vou fazê-lo.
Pergunto-lhe, antes de tudo: Como
é que o senhor soube que Cristo é nosso único mediador?
Por acaso Cristo apareceu ao senhor?
Não acredito.
Cristo não parece para qualquer Saul.
O senhor me dirá que conheceu Cristo lendo os evangelhos. Por meio dos
evangelhos.
Mas, então, houve um meio estabelecido pelo próprio Cristo para conhecer a Ele.
Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu doze apóstolos para ensinar a todos quem Ele
era, e quem não ouve esses mediadores de Cristo, não ouve o próprio Cristo:
"Quem vos ouve, a Mim ouve" (Lc, X, 16).
Cristo exigiu que ouvíssemos seus apóstolos e evangelistas como
"mediadores segundos", entre Deus e nós.
E a Pedro Ele disse: "E tu,
depois de convertido confirma teus irmãos".
A nenhum outro Ele deu essa missão.
E o senhor, seu Saul, recusa -- como todo protestante -- ser confirmado por
Pedro.
Cristo poderia ter vindo ao mundo adulto. Quis vir por meio de Maria Santíssima. Seu Saul não aceita o que Deus estabeleceu, porque seu Saul, especialista em dicionário, acha que entende a Bíblia e só aceita da Bíblia o que ele, Saul, acha certo, e só é certo o que seu Saul acha.
Seu Saul -- como todo protestante diz que crê na Bíblia, mas seleciona o que quer crer na Bíblia. O protestante diz que crê na Bíblia, mas não crê no que ela diz. O protestante faz da Bíblia um ídolo.
Quer mais uma prova de que o
senhor não aceita tudo o que há na Escritura?
Nosso Senhor Jesus Cristo, na hora de sua morte no Calvário, deixou-nos Maria
Santíssima por mãe, ao dizer a ela e a São João: "Mulher, eis aí teu
filho. (...) Filho, eis aí tua mãe" (Jo XIX,
26-27).
Na sua Bíblia, seu Saul, existe
esse texto?
Claro que existe!
Só que esse texto o senhor não aceita, porque não quer aceitar Maria Santíssima
como sua mãe.
Pois fique sabendo, meu caro Saul, que só tem a Deus por Pai, quem tem Maria por Mãe. O senhor só se tornará Davi, se aceitar aquela que Deus escolheu como meio para vir até nós. Se aceitar que Cristo a estabeleceu como medianeira entre Ele e nós. Por isso está dito que aos pastores e aos reis foi indicado que deveriam encontrar o Redentor com sua mãe. E o senhor pensa, bem erradamente, que poderá encontrar a Cristo desprezando a Mãe santíssima dEle.
E pensa que poderá haver uma Igreja de Cristo fora do fundamento que Ele mesmo estabeleceu: "Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt. XVI).
Qual a sua igreja? Quem a fundou?
Desde quando ela existe?
Se ela não foi estabelecida sobre Pedro, ela não é a Igreja única de Cristo. É
por isso que a Igreja Católica é a única Igreja de Deus, a única verdadeira,
(...).
Sim, "a verdade vos libertará", disse-nos Jesus. E seu Saul, pobre seu Saul; continua atado em seus preconceitos, que são os óculos que deturpam o que o senhor lê. A verdade nos liberta. E a verdade, só a possui íntegra e perfeitamente a Igreja Católica Apostólica Romana, (...).
Esperando tê-lo agradecido, e
desejando-lhe a luz da Fé verdadeira, despeço-me,
in Corde Jesu et Mariae,
semper.
Orlando Fedeli
Presbiteriano defende o relativismo doutrinário
PERGUNTA
Enviada em: |
06/09/2003 |
Local: |
Franca - SP, |
Religião: |
Protestante |
Idade: |
38 anos |
Escolaridade: |
Superior incompleto |
Olá! Estive lendo as inúmeras ofensas que protestantes e
católicos escreveram neste site e estou a me questionar pra quê isso? Cada qual
tem suas crenças, cada um se julga certo, mas e o Amor? E a união? Jesus Cristo
deve se entristecer muito com esse monte de acusações e divisões.
Um fala dos papas, o outro de Calvino, quando todos sabemos
que somos apenas pecadores. O que vocês esperavam de pecadores? Que fossem
perfeitos? Que não errassem? A inquisição foi terrível, mas Calvino também foi
terrível. Hitler perto de T.Torquemada é um aprendiz
de vilão, mas nem por isso o podemos achar santo.
Façam um favor a vocês mesmos: aperfeiçoem-se no amor, falo isso tanto ao
protestante como ao católico. Eu sou presbiteriano e nem por isso me sinto
ofendido pelo papa chamar a minha religião de seita herética, é apenas uma
questão de ponto de vista, pra nós eles são seita herética. E creio que ambos
estamos errados. Todos temos o direito de ter nossas
opiniões, senão voltaríamos à inquisição.
Espero que os 2 reflitam e pensem na oração de Jesus: "a fim de que todos
sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós;
para que o mundo creia que tu me enviaste." Jô 17:21.
Ser evangélico ou ser católico não tem importância alguma, o que importa é o
amor, a misericórdia, a fidelidade, a caridade e a união.
Não me levem a mal e que Deus nos abençoe a todos, pois tenho certeza que todos
estaremos juntos um dia, lá no céu, onde não haverá mais religião, pois já
estaremos religados ao Pai.
Com amor e em Cristo do irmão Cláudio.
RESPOSTA
Prezado Cláudio, salve Maria!
O que você defende é o relativismo doutrinário. Para você, cada um tem a sua
própria verdade. Essa tese é a do subjetivismo negador da existência da
verdade.
Meu caro, a verdade é objetiva. Ela não depende de ponto de vista, coisa
nenhuma. Ela depende do objeto conhecido. O lugar onde cada um tem sua verdade
pessoal, provinda de um ponto de vista muito pessoal, é o hospício onde cada
louco pode se julgar Napoleão ou o Flash Gordon. Ou o Pinóquio.
Verdade é a correspondência entre a idéia do sujeito conhecedor e o objeto
conhecido.
Idéia do sujeito <-------- Objeto conhecido.
Nossas inteligências "fotografam" os objetos, e extraem deles uma
idéia abstrata. A verdade é a correspondência exata entre essa idéia e o objeto
conhecido.
Se cada um tivesse uma “fotografia" pessoal do objeto real conhecido,
seria impossível conversar, ou mesmo viver em sociedade.
Imagine dois homens jogando xadrez. O que aconteceria se cada um deles tivesse
uma idéia pessoal das peças do xadrez?
Simplesmente não seria possível jogar.
Cada um veria o cavalo, ou o Rei, ou a Dama de modo diverso. Um poderia tomar a
torre como copo de refrigerante e tentaria beber a torre. Outro veria o cavalo
como martelo, e começaria a dar com ele na cabeça do rei, porque a via como
prego. E assim por diante.
Essa partida louca de xadrez é o que você imagina das posições religiosas.
Isso é um absurdo.
Assim como dois jogadores de xadrez vêem as peças do jogo do mesmo modo, assim
também todos os homens vêem a realidade do mesmo modo.
Quem introduziu o subjetivismo na religião foi Lutero, ao defender que cada
homem poderia interpretar a Bíblia a seu modo.
O resultado dessa loucura foi à multiplicação das seitas protestantes. Hoje
existe até uma delas que se intitula igreja evangélica Sopa Sabão e Salvação.
E o que Lutero fez na religião, introduzindo o subjetivismo na leitura da
Bíblia, a Filosofia idealista alemã e o Romantismo fizeram na leitura do mundo.
Kant e os demais filósofos protestantes introduziram o livre exame na
interpretação da realidade do mundo. Cada um teria a sua verdade pessoal sobre
tudo, desde Deus até chuchu. E o mundo virou um hospício. Cada um com sua
religião. Cada um com a sua verdade. Como na Torre de Babel, ninguém mais se
entendeu.
E nessa torre de babel em que vivemos, você vem falar do amor
, sem perceber que nesse hospício relativista, cada um tem uma idéia
diferente e pessoal do amor.
Você percebeu que a idéia de amor do Bin Laden é muito original?
Você gosta de xoró no avesso?
Certamente que não, porque se xoró não existe, quanto
mais no avesso.
Então é impossível você amar xoró no avesso, pois só
se ama o que se conhece.
Só se pode amar o que se conhece. Não há amor sem conhecimento. O amor provém
do conhecimento. Conhecendo que algo é bom, nós queremos esse bem.
Amar é querer bem a outrem. Ora, só poderemos querer bem, se sabemos o que é o
bem.
O amor provém então da verdade. Quando você nega a verdade objetiva, você está
negando o bem objetivo. Você está negando e impossibilitando o amor.
O que você chama de amor é um sentimento romântico, que nada tem a ver com o
amor, que é um ato da vontade.
E é falso que não se pode querer que todos sejam perfeitos, pois Cristo nos
disse:
"Sede perfeitos como também vosso Pai do
celestial é Perfeito" (Mt.
V, 48).
Deus é absolutamente perfeito. Nós podemos ser relativamente perfeitos.
Se fosse impossível alcançar a perfeição Jesus teria errado nos mandando que
fôssemos perfeitos.
E noutra passagem Jesus disse ao jovem rico:
"Se queres ser perfeito, vai, vende o que
tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu" (XIX,
21).
Logo, é possível ser perfeito, com a graça de Deus, e é o que devemos desejar
para nós e para os outros, mesmo para os pecadores. Por isso Cristo converteu a
tantos pecadores, por exemplo, a adúltera, a mulher do poço, o publicano Levi, e a tantos mais.
Quanto à sua idéia de que é errado acusar quem está em erro, porque "Cada
qual tem suas crenças, cada um se julga certo, mas e o Amor? E a união? Jesus
Cristo deve se entristecer muito com esse monte de acusações e divisões",
essa sua idéia condena o próprio Jesus Cristo. Pois você nunca leu, nos
Evangelhos que Jesus dirigia palavras bem duras aos fariseus?
Leia, por exemplo, o capítulo XXIII do Evangelho de São Mateus, no qual Cristo
chama os fariseus de "hipócritas" e de "cegos", de
"sepulcros caiados", de "serpentes" e de "raça de
víboras". E noutra passagem os chamou de "filhos do
demônio" (Jo VIII, 44).
Se você, presbiteriano que é, se você estivesse assistindo à discussão de
Cristo com os fariseus, você interviria, dizendo a Jesus e aos fariseus:
"Cada qual tem suas crenças, cada um se julga certo, mas e o Amor? E a união?".
E você, como presbiteriano que quer a união de todos -- "assim na terra como nos céus” -- você acharia ruim que Cristo disse:
"Não julgueis que vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho de seu pai, e a filha de sua mãe, e a nora de sua sogra” (MT X, 34).
Meu caro romanticamente amoroso, saiba
que o inferno é que é ecumênico e relativista. Mas lá, como nos séculos
modernos, reina o ódio. No inferno é que haverá "liberdade" dos
rebeldes pensarem o que quiserem. E "livremente" se atormentarão.
No céu, haverá uma só verdade. O céu não é nem ecumênico, nem relativista, mas
católico. No céu, todos terão uma só verdade.
O último que no céu defendeu sua opinião própria foi Lúcifer, e, por isso, ele
foi jogado no caldeirão dos relativistas, onde cada condenado tem a sua
opinião. No tormento eterno. Porque não querem ser convencidos pela única
verdade que é Cristo, Deus e homem, filho da sempre Virgem Maria.
E você repare como nossos tempos parecem muitíssimo com o inferno, pois também
hoje, cada um pensa ter a sua verdade.
E onde está o amor em nossos dias?
Rogando a Deus que lhe abra os olhos, me subscrevo,
in Corde
Jesu et Mariae,
semper,
Orlando Fedeli
Protestante: o celibato sacerdotal
PERGUNTA
Enviada em: |
07/03/2000 |
Religião: |
Protestante |
Buscarás ao SENHOR teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. Deuteronômio 4:29
Caro professor Monfort,
Li todo o conteúdo da "conversação" do senhor com o pastor "Saul" da igreja Batista da Lagoinha. Percebi trocas de "gentilezas" entre os senhores, as quais, de ambos os lados demonstram que não existe sabedoria na questão do trato de doutrinas.
As escrituras dizem: " Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós... " I Pedro 3:15
Eu não gostaria de ficar aqui trocando farpas com ninguém, todavia, entendo que a Bíblia deve não ser apenas lida, como também estudada, pois, me parece que isso está escrito, como por exemplo:
Apocalipse 1:3 - "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo."
Salmo
1: 1à 2 - "BEM-AVENTURADO o homem que não
anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores.
Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita
de dia e de noite.
Agora, se me permite, eu gostaria de fazer algumas perguntas e dentro delas deixar uma posição que tenho entendido pelas escrituras. Pode ser? Gostaria que se possível, o senhor me respondesse dentro da própria Bíblia, usando dos Escritos Sagrados, tudo bem?
Bom, é o seguinte: É sabido de todos nós que aos padres foi vedado o casamento por ordem do Papa. Todavia, a Bíblia diz que quem aspira ao episcopado, boa coisa deseja. Entretanto, a Bíblia também diz que são necessários alguns pré-requisitos para aquele homem que tenha tal vocação. Podemos ver esses pré-requisitos em duas citações, as quais, transcrevo abaixo, e que conforme está escrito, essa "Palavra é digna de toda aceitação" :
I Timóteo 3: 1à 5
1 ESTA é
uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2 Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher,
vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3 Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas
moderado, não contencioso, não avarento;
4 Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com
toda a modéstia
5 (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da
igreja de Deus?);
Outra menção que a Bíblia faz relativo à esse ensinamento, se encontra em Tito 1: 5 à 9, quando o Apóstolo Paulo orienta à seu fiel amigo e discípulo Tito, para estabelecer Presbíteros nas igrejas e que características esses homens deveriam ter para ocupar tão nobre função. Vejamos:
QUALIFICAÇÕES DOS PRESBÍTEROS
5 Por
esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que
ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te
mandei:
6 Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha
filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são
desobedientes.
7 Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de
Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem
cobiçoso de torpe ganância;
8 Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante;
9 Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para
que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer
os contradizentes.
Sabemos todavia que, se tal homem, de livre e espontânea vontade, prefere ficar sem se casar, tudo bem. É até melhor, porque solteiro ele com certeza terá mais tempo e até mais liberdade para trabalhar na obra de Deus, não é mesmo? Todavia, se ele quiser se casar, entendo também que ele de igual modo deve ter a liberdade de optar, pois, como diz as escrituras : " Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. I Corintios 7:9
Essa foi a posição, inclusive que o próprio Apóstolo Paulo tomou, ou seja, ele optou por ficar solteiro, no entanto ele próprio reconhecia que poderia e tinha todo o direito de se casar, se assim, o desejasse. Veja o texto transcrito abaixo:
I
CORÍNTIOS 9
OS DIREITOS DO APÓSTOLO PAULO
1 Não sou
eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo SENHOR nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor?
2 Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós
sois o selo do meu apostolado no Senhor.
3 Esta é minha defesa para com os que me condenam.
4 Não temos nós direito de comer e beber?
5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa
crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?
Nessas passagens posso "entender" que o casamento não foi proíbido pela Bíblia aos Ministros de Deus, inclusive o próprio Apóstolo Pedro era casado, não é mesmo? Jesus até curou a sogra de Pedro certa vez " E Jesus, entrando em casa de Pedro, viu a sogra deste acamada, e com febre. Mateus 8:14
A Bíblia nos mostra que o casamento é algo honroso, que foi instituído por Deus. Então, por quê se proíbe o casamento aos Padres? Por quê saiu do vaticano tal ordenança, se a própria Bíblia não proíbe isso?
Será que houve algum equívoco por parte do santo padre? Ou ele pode, como "representante de Deus na terra", mudar ou colocar outro fundamento além daquele que já foi colocado?
Fico ainda mais temeroso, quando lenho a seguinte passagem na Bíblia:
I Coríntios 4: 1 à 5
1 MAS
o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;
2 Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua
própria consciência;
3 Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos
alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a
fim de usarem deles com ações de graças;
4 Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo
recebido com ações de graças.
5 Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada.
Deus, em Sua Oniciência já nos falava, já naqueles dias, que virião tempos em que alguns "deixariam as sãs doutrinas, e dariam ouvidos à espíritos enganadores e à doutrinas de demônios, e a partir de então seriam ensinadas coisas e colocados normas e regulamentos que Deus não os tinha colocado. Isso não é estarrecedor? Será que isso tem acontecido realmente, ou não se vê isso em nossos dias?
Penso pelo exposto acima que, os padres têm todo o direito de se casarem, caso isso seja da vontade deles. Ninguém pode roubar-lhes o direito (como bem colocou o Apóstolo Paulo Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente), nem mesmo o seu líder - o papa.
Considerando que Pedro foi o "primeiro papa", ele também teve sua mulher e companheira. E se isso fosse algum impecilho ao seu ministério, Jesus não lhe teria chamado para ser seu apóstolo, não é verdade? Todavia, temos visto muitos ensinamentos de homens sendo "empurrados goela abaixo do povo", me desculpe a expressão, mas é isso que tem ocorrido ao longo dos anos.
Agradeço a paciência de ter lido todo esse comentário e me coloco à sua disposição para eventuais colocações.
RESPOSTA
Prezado senhor José Luiz de Oliveira, Salve Maria.
Obrigado por sua consulta. O
senhor demonstra que tem a bondade e a paciência de ler nossos trabalhos. Fica
patente que o senhor me honrou lendo, não so a
polêmica com o Saul Da Lagoinha, como também meu texto "Leia a Bíblia? ".
Fico-lhe agradecido.
Não tema minhas "gentilezas", porque elas são apenas – como no caso do Saul da Lagoinha – uma resposta à altura e em legítima defesa. Como escrevi certa vez a um opositor atrevido, quem desafia para um debate, escolhe as "armas", ou o tom desse debate.
O senhor escolheu um tom respeitoso e educado, e tem direito ao mesmo respeito e educação. O que me agrada sobremaneira.
Permita-me, antes de tudo, fazer um esclarecimento. Eu não disse que a Sagrada Escritura não devesse ser lida e estudada. Disse que ela não deveria ser lida por qualquer pessoa, desorientada, pois, para entende-la, é preciso ter certos conhecimentos. Afirmei que a Bíblia era lida pelos sacerdotes e rabinos para que a explicassem ao povo mais simples. E mais: a Bíblia não pode ser lida senão com a disposição de aceitar a interpretação dada pela Igreja através do Papa, sucessor de São Pedro, que recebeu de Cristo as chaves do reino dos Céus.. Nessas condições, é útil, bom e salutar ler a Sagrada Escritura, sabendo porém que nela não está toda a Revelação, como provei para o Saul da Lagoinha através das próprias Escrituras Sagradas.
Toda a sua carta, feita em termos respeitosos, mostra, entretanto, que o senhor não é católico, mas protestante, pois me pede que lhe responda apenas pela Bíblia. Contudo, o senhor só levanta contra a Igreja Católica a questão do celibato sacerdotal, que é um problema de disciplina, e não de fé.
Como justificar, mesmo usando apenas a Bíblia, que o celibato sacerdotal tem raiz nos Evangelhos?
A questão é muito simples!
Em primeiro lugar, antes de dar essa justificação, permita-me, senhor José Luiz, lembrar que, segundo a Escritura Sagrada, o matrimônio é santo e estabelecido por Deus. Digo "lembrar", porque nisto devemos certamente concordar. Dispenso-me de citar os textos bíblicos que o senhor deve bem conhecer e que legitimam o matrimônio, como a instituição dele, por Deus, no princípio do mundo, e sua elevação a sacramento por Cristo, nas bodas de Caná. Disso não há dúvida.
Para encaminhar a questão do celibato sacerdotal, restaria discutir o que é superior: o matrimônio ou o estado de virgindade consagrada a Deus. E sua carta me deixa patente que o senhor, também neste ponto, concorda comigo, afirmando que, segundo as Escrituras, o estado de virgindade é superior ao matrimônio.
Lembro apenas, sobre este ponto, que a Sagrada Escritura é bem clara, pois o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo nos diz:
"Todo o que deixar por amor de meu nome a casa, ou os irmãos, ou as irmãs, ou o pai, ou a mãe, ou a mulher, ou os filhos, ou as fazendas, receberá cento por um e possuirá a vida eterna" (Mt. XIX, 29).
É patente, por esse texto que Jesus aconselha alguns a deixarem a mulher para serví-Lo. E é o que fazem os sacerdotes católicos.
Bastaria esse texto do próprio Deus Homem, Cristo, para ter comprovado o valor e a liceidade do celibato sacerdotal. Mas, para atender melhor a seu pedido, cito outros textos.
O mesmo Cristo Jesus nos disse:
"Nem todos são capazes desta resolução, mas somente aqueles a quem isto foi dado. Porque há alguns eunucos que nasceram assim, do ventre de sua mãe; e há outros eunucos, a quem outros homens fizeram tais; e há outros eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor ao Reino dos Céus. O que é capaz de compreender isto, compreenda-o" (Mt. XIX, 11-12).
Evidentemente, Cristo não estava pedindo uma mutilação física, do mesmo modo que, quando disse que era melhor arrancar o olho do que pecar com ele, não estava incentivando que os homens se cegassem. Cristo, falando em "eunucos" voluntários, se referia àqueles que, por amor a Deus, renunciavam à mulher, como vimos na citação anterior.
E o próprio Cristo – Sacerdote por excelência -- nos deu seu exemplo, não se casando. Devem os sacerdotes imitá-lo.
Também a sua Mãe Santíssima foi Virgem sempre. E São José nos deu o mesmo exemplo de castidade. O discípulo amado por Cristo era São João, que se manteve virginal. São João Batista, de quem Jesus disse não haver maior homem nascido de mulher, foi virgem também.
Meu caro senhor José Luiz, a Bíblia não nos ensina apenas com palavras, mas com exemplos de vida também.
O próprio São Paulo escreveu que o casamento era bom, mas que permanecer, como ele, "em estado de virgindade é melhor".
"Digo também aos solteiros e às viúvas que lhes é bom se permanecerem assim, como também eu. Mas, se não tem o dom da continência, casem-se" (I Cor. VII, 8-9).
Portanto, São Paulo, nesse texto, se afirma solteiro, e diz que aos solteiros é bom permanecer como ele. E é à luz desse texto que se deve entender o outro texto que o senhor me cita:
"1
Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo SENHOR nosso? Não
sois vós a minha obra no Senhor?
2 Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós
sois o selo do meu apostolado no Senhor.
3 Esta é minha defesa para com os que me condenam.
4 Não temos nós direito de comer e beber?
5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os
demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?"
Evidentemente, se São Paulo afirmou que era solteiro e aconselhou os outros a manter-se como ele sem mulher, nesse texto que o senhor me cita, a palavra "esposa cristã" não significa esposa dele, São Paulo. Ele dizia que ele, como os demais apóstolos, tinha direito de levar consigo uma mulher casada, para ajudá-lo. Não era para cohabitar maritalmente com ele. Se São Paulo, que se disse solteiro, se arrogasse o direito de levar consigo uma esposa, estaria dizendo que tinha direito de levar consigo uma amante, o que é um absurdo, pois não há direito de fazer isso.
O senhor me alega ainda que uma das condições para ser escolhido para o episcopado era de ser casado (I Tim3, 1-5).
Permita-me que lhe faça uma distinção, sobre esse texto.
No princípio do Cristianismo, muitos pagãos se convertiam, e, entre os mais velhos deles, em geral casados e viúvos, é que se escolhiam os Bispos. São Paulo recomenda que se escolham os Bispos entre os homens que, tendo sido casados, tivessem sido casados uma só vez. É assim que se explica os textos a Timóteo e a Tito que o senhor cita.
E ainda que a princípio, os Bispos tivessem sido assim escolhidos, as palavras de Cristo sobre o valor dos que deixavam mulher por amor dele, e as palavras de São Paulo, aconselhando a ser como ele, levaram a Igreja, sempre guiada pelo Espírito Santo, a estabelecer a lei do celibato. Supor que a Igreja errou, estabelecendo a lei do celibato, seria negar a promessa de Cristo de que estaria com ela todos os dias, até o fim do mundo (Cfr. Mt XXVIII, 20). Ou que as portas do inferno prevaleceriam sobre a Igreja de Cristo. (Mt XVI, 18).
Quanto ao fato de que São Pedro fora casado, não há dúvida disso. Só que quando Cristo cura sua sogra, está dito que, tendo sido curada da febre por Jesus, "ela levantou-se, e pôs-se a serví-los" (Mt. VIII, 14) . Ora, se São Pedro ainda tivesse mulher, seria natural que esta, e não a sogra de Pedro, os servisse. Portanto, São Pedro já devia ser viúvo quando conheceu Cristo, e, por isso, nunca se fala da mulher dele.
A Igreja Católica sempre defendeu o matrimônio e o casamento como estabelecidos por Deus, e condenou as seitas gnósticas, maniquéias e cátaras que proibiam o casamento.
De modo que o senhor erra quando supõe que a Igreja, impondo o celibato aos sacerdotes, condena o casamento. Ela considera, com São Paulo, que casar é bom, mas não casar por amor a Deus é melhor. Por isso, ela criou a lei do celibato para os que livremente queiram ser sacerdotes de Cristo. Se o Sumo Sacerdote, Cristo, viveu virginalmente, os seus sacerdotes devem imitá-Lo.
Agradecendo o tom respeitoso e civil de sua missiva, e rogando que Nosso Senhor o reconduza à verdadeira Igreja de Cristo, subscrevo-me atenciosamente,
in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.
PERGUNTA
Enviada em: |
06/09/2000 |
Local: |
Maringá - PR, Brasil |
Religião: |
Católica |
P/ Orlando Fideli Pr Airton Evangelista da Costa
Os argumentos aqui apresentados me parecem muito "convicentes" apesar de encontrar alguns erros, então venho atraves desta pedir ajuda para compreender melhor.(confesso que fiquei confuso)
O artigo aqui apresentado foi copiado de um site apologético protestante como o Senhor pode ver.
O purgatório e o sangue de Cristo
Nenhuma
doutrina ou tradição pode subsistir sem o respaldo da inerrante
Palavra de Deus. O discurso do Purgatório parece haver perdido nos últimos
tempos seu colorido, sua preferência no púlpito romano. Todavia, esse esdrúxulo
ensino está vigente, como veremos a seguir na palavra oficial do Vaticano:
* "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão
completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam,
após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para
entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta
purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos
condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório
sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos
textos da Escritura (1 Coríntios 3.15), a tradição da Igreja fala de um fogo
purificador. No que concerne a certas faltas leves, deve se crer que existe
antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a
Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século
futuro (Mateus 12.32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem
ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro. Este
ensinamento apoia-se também na prática da oração
pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele
[Judas Macabeu] mandou oferecer esse sacrifício
expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado"
(2 Macabeus 12.46). Desde os primeiros tempos, a
Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em
especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam
chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as
indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos: Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos
de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai (Jó 1.5), por que deveríamos duvidar de que nossas oferendas
em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os
que partiram e em oferecer nossas orações por
eles" (Catecismo da Igreja Católica, pg. 290).
O presente estudo objetiva dirimir dúvidas dos recém- convertidos ao Senhor Jesus, os quais, provindos da Igreja de Roma, ficam, certamente, a meditar na conveniência ou não de orar ou oferecer qualquer tipo de sacrifício em favor de seus familiares falecidos. Sem o propósito de fazer proselitismo, serve também à reflexão dos romanos, principalmente dos que, por falta de recursos financeiros ou por esquecimento, não providenciaram a celebração de praxe, com vistas a socorrer as almas sofredoras.
ANÁLISE
DO DOGMA
* Lemos acima os argumentos apresentados pelo
catolicismo em defesa do dogma do Purgatório. A Igreja de Roma admite que,
"embora tenham garantida sua salvação eterna" passam por uma
purificação aqueles que "não estão completamente purificados". A
essência desse dogma está definida nessas palavras: a salvação está garantida,
mas os crentes em Jesus, responsáveis por "faltas leves", precisam
sofrer algum tipo de ajuste. Noutras palavras, estão salvos do fogo eterno, mas
não salvos do fogo do purgatório. O Dicionário Aurélio assim define o
Purgatório: "Lugar de purificação das almas dos justos antes de admitidas
na bem-aventurança". A Igreja de Roma cita três textos bíblicos na
exposição do seu dogma: 1 Coríntios 3.15; Mateus
12.32, e 2 Macabeus 12.46. Analisemos:
* 1 Coríntios 3.15:"Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo". Nem no texto, nem no contexto, tal passagem sugere a existência do purgatório. Se a obra de algum obreiro não passar conveniente pela justa avaliação de Deus, tal obra será considerada queimada, insuficiente, indigna. Em razão disso, o obreiro negligente, sofrerá perdas (vergonha, perda de galardão, perda de glória e de honra diante de Deus) por ocasião do tribunal de Cristo (Romanos 14.10; 1 João 4.17; Hebreus 10.30b). Vejam: "A obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta" (1 Coríntios 3.13). A expressão "todavia como pelo fogo" pode ser entendida como escapando por um triz, escapando com perdas e danos, tal como se escapa de uma casa pegando fogo. Note-se: "como pelo fogo", ou seja: de forma semelhante a quem escapa do fogo. O ministério vai abaixo porque não suportou o fogo da Palavra; a obra se perde, não prospera, "mas o tal será salvo". Nada que indique que iremos para o fogo.
* Mateus 12.32: "E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro"(ARC). Na tradução Revista Atualizado (RA) diz "... nem neste mundo nem no porvir". Na Bíblia Linguagem de Hoje: "... nem agora nem no futuro". A Igreja de Roma vê aqui a possibilidade de pecados serem perdoados após a morte, e se vale de 2 Macabeus 12.46, que sugere expiação pelos mortos. O versículo nos diz que rejeitar de forma contínua e deliberada a salvação que Cristo nos oferece, pelo testemunho do Espírito Santo, resulta numa situação irreparável. O versículo enfatiza que blasfêmia contra o Espírito Santo nunca será perdoada, em nenhuma época. Marcos 3.28 esclarece melhor: "Na verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem. Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo". Nada indica sobre a possibilidade de, no Purgatório, as almas serem perdoadas. Ademais, o texto fala que TODOS OS PECADOS serão perdoados (qualquer tipo de pecado), não havendo chance de os arrependidos levarem consigo "faltas leves" para serem queimadas.
* 2 Macabeu 12.46: "É logo um santo e saudável pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados"((Bíblia, edição católico-romana, tradução do padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1964). Macabeu e mais seis livros e quatro acréscimos apócrifos (não genuíno, espúrio) foram aprovados em 18 de abril de 1546 pela Igreja Romana, depois de acirrados debates, "para combater o movimento da reforma Protestante", pois esses livros sem valor doutrinário davam sustentação à idéia do Purgatório, da oração pelos mortos e da salvação mediante obras. Macabeu, como os demais apócrifos, nunca foi citado por Jesus, nem por qualquer livro canônico. Como diz Antonio Gilberto, "a aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão dos católicos em assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é dos judeus e não de outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento estava completo e fixado há muitos séculos". Noutras palavras, o livro de Macabeu não é considerado de inspiração divina, não servindo, portanto, para o conhecimento da verdade e crescimento espiritual. Ademais, os apócrifos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, período em que cessou a revelação de Deus.
* O dogma do Purgatório não explica com nitidez qual o objetivo das rezas em favor das almas em estado de purificação. Ora, se houvesse Deus estabelecido um período para purificação dos que cometeram "faltas "leves" (o que podemos entender por "faltas leves? Quais?), antes de ingressarem no Céu, vale dizer que esse estágio seria pra valer e deveria ser totalmente cumprido. Se não cumprido, se não cumprida a etapa, não haveria expiação nem purificação. Se a intenção é abreviar a permanência da alma no estágio ou amenizar seu sofrimento, a atitude, embora com as melhores intenções, estaria contrariando os planos divinos e dificultando, quem sabe, a rápida recuperação das almas ali confinadas. Raciocínio idêntico se aplica à situação dos espíritos desencarnados que, segundo ensino kardecista, necessitam viver outras vidas e morrer outras mortes para obterem purificação. Assim, não se deveria amenizar ou suspender o sofrimento desses espíritos porque estaríamos interrompendo o processo de sua purificação.
* De outra parte, a intercessão dos vivos em favor das almas no Purgatório não objetiva abrir-lhes as portas do céu, porque, como o próprio dogma define, a salvação delas está garantida. Ora, se estão salvas, estão na paz do Senhor. Se a passagem pelo fogo é indispensável, o Purgatório não é uma maldição, mas uma bênção. O Purgatório seria a porta de entrada do céu, a sala de espera. O Purgatório seria certeza de salvação! O dogma diz isso. Então, fica a pergunta: faz alguma diferença rezar ou não rezar pelos entes queridos que padecem no Purgatório? Com reza ou sem reza não irão para o céu? Com ou sem reza, esmolas, penitências ou velas não estão salvos? Tem algum cabimento orarmos por almas que já estão com passagem comprada para o céu? Os fiéis economizariam milhões de dólares diariamente se as rezas do sétimo dia fossem suspensas.
* A Igreja Romana diz: "No que concerne a certas faltas leves, deve se crer que existe antes do juízo um fogo purificador". Perguntamos qual o juízo a que está sujeito o salvo? Os salvos comparecerão ao tribunal de Cristo (Romanos 14.10), após o arrebatamento da Sua Igreja, para avaliação/julgamento de nossas boas obras (Efésios 6.8), atos (Marcos 4.22). "Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas (Hebreus 4.13).
* Ainda que admitida a hipótese de que a Igreja de Roma esteja se referindo ao tribunal de Cristo (2 Coríntios 5.10), ficam mais frágeis os argumentos em defesa do Purgatório diante da seguinte situação: Cristo virá "arrebatar" a Igreja (1 Tessalonicenses 4.16-17); os salvos irão se encontrar com Cristo, irão diretamente para o céu; os que forem arrebatados não passarão por nenhum estágio, por nenhuma purificação, por nenhum fogo purificador. Vejam: "Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles [os mortos em Cristo] nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4.17). A Bíblia não fala da existência de qualquer estágio entre o arrebatamento e o céu. Pergunta-se: Por que esses serão arrebatados sem a obrigação de passar pelo fogo, enquanto os mortos em todos os séculos passam, necessariamente, pelo estágio da purificação, segundo a crença romanista? Dois pesos e duas medidas no plano de Deus?
O
QUE DIZ A BÍBLIA SAGRADA
* "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam
segundo a carne, mas segundo o espírito" (Romanos 8.1). O apóstolo Paulo
aqui nos fala da vitória sobre o pecado. O Espírito Santo que em nós habita nos liberta do poder do pecado. Quem anda em pecado
não está liberto; não experimentou o novo nascimento, não se converteu;
continua andando conforme o mundo. Para estes não há Purgatório que dê jeito.
Para se libertar precisa conhecer a Verdade, e a Verdade é
Jesus Cristo (João 8.32, 36). Para quem morre em Cristo não será condenado a
estagiar no sofrimento do Purgatório.
* "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7). "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1.9). Se estivermos em Cristo, na fé e na obediência, não sobram pecados "leves" para nos levar ao fogo do Purgatório. O sangue de Jesus nos purifica de TODO pecado, de qualquer pecado. TODOS os pecados ser-nos-ão perdoados.
* "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no unigênito Filho de Deus" (Palavras de Jesus, João 3.18). Quem ama, crê e obedece a Jesus não será condenado ao fogo purificador.
* "Em verdade vos digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Esta foi a resposta que Jesus deu ao ladrão que se mostrou arrependido e clamou por salvação. Ora, aquele ladrão com certeza carregava o peso de muitos pecados, pecados leves e pesados. Se houvesse um estágio, como um terminal rodoviário em que os passageiros ficassem a espera de prosseguir a viagem, a resposta de Jesus talvez fosse diferente. A entrada daquele recém-convertido no céu estaria condicionada a uma temporada no Purgatório. Não foi assim porque não há condenação para os que morrem em Cristo Jesus.
* Jesus contou a história de um homem que era rico, e de outro, chamado Lázaro, que era pobre. O homem rico morreu e foi para um lugar de tormentos. Lázaro, pobre e temente a Deus, foi para o Seio de Abraão (Paraíso), e não para o Purgatório. Se naquela época existisse o dogma do Purgatório, e por Lázaro seus familiares tivessem rezado, seria o mesmo que chover no molhado. Por outro lado, Abraão não esboçou qualquer possibilidade de mudar a situação do rico. Indagado, Abraão disse que os irmãos do rico poderiam livrar-se do tormento se dessem ouvidos a Moisés e aos Profetas, ou seja, se dessem crédito à Palavra de Deus iriam para o Paraíso, viver na Paz do Senhor; iriam para o mesmo lugar onde estava Lázaro. Não se fala em Purgatório (Lucas 16.20-31).
* "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor" (Filipenses 1.23; 2 Coríntios 5.8). Paulo foi um severo e cruel perseguidor de cristãos. Ao encontrar-se com ele, Jesus perguntou: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" E adiante: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 9.1-8). Esse homem teria razões de sobra para imaginar que, antes de estar com Cristo, passaria por um fogo purificador, e bota fogo nisso. O apóstolo Paulo nem desconfiava que cinco séculos mais tarde a Igreja Romana iniciaria o ensino do dogma do Purgatório!
* "Sou o que apago as tuas transgressões e de teus pecados não mais me lembro" (Isaías 43.25). "Ainda que vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim se tornarão brancos com a lã" (Isaías 1.18). Se Deus mandasse alguém para o fogo purificador estaria se lembrando dos pecados que foram perdoados. Deus estaria indo de encontro à sua Palavra Ora, se Ele perdoa os pecados mais pesados ("vermelhos como carmesim"), não perdoaria os mais leves? Deus passa uma esponja no quadro negro de nossos pecados, quando buscamos a Sua face com sincero arrependimento. Deus apaga as nossas transgressões. Apagar significa extinguir. Não há como, portanto, carregarmos faltas leves após morrermos em Cristo Jesus. O perdão de Deus não é condicional.
* "Perdoa-nos as nossas dívidas" (Mateus 6.12). A oração do Pai Nosso foi ensinada por Jesus. Deus perdoaria, mas ficaríamos devendo? Não oramos a um Deus surdo, mudo e paralítico. Oramos a Deus Todo-poderoso, que ouve, vê, sente, ama, cura, perdoa e salva. E vejam o que Ele afirmou: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e PERDOAREI OS SEUS PECADOS, e sararei a sua terra"(2 Crônicas 7.14).
* "Pois pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é Dom de Deus" (Efésios 2.8) "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23). Dar-se-ia o caso de Deus prometer vida eterna como um dom gratuito, mas depois exigir alguma espécie de pagamento? Se temos a fé em Cristo, temos a graça e a salvação. Junto viria o Purgatório? Ora, o sacrifício de Jesus foi exatamente para levar consigo nossas dores, pecados e sofrimentos. A Sua morte expiatória nos proporcionou vida eterna. Jesus nos prometeu "vida com abundância" (João 10.10), isto é, vida plena de paz; vida com certeza da salvação; uma vida que anseia encontrar-se com Ele. Uma vida cheia de incertezas, de lembranças do fogo purificador; uma vida que sabe da existência de um sofrimento no além, não é uma vida abundante.
* "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres" (João 8.36). Estaríamos livres apenas dos pecados maiores, mas não totalmente livres das faltas leves? E por essas leves faltas iríamos para o fogo do Purgatório? Verdadeiramente livres da escravidão do pecado, porém não livres das labaredas purificadoras? É evidente que os salvos não sofrerão as penas do Purgatório. Jesus sofreu esse "Purgatório" por nós; carregou sobre si as nossas dores, sofreu nossos sofrimentos, "para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16). O diabo adoraria ver um filho de Deus no fogo brando do Purgatório!
* "Mas este [Jesus], havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus" (Hebreus 10.12). O sacrifício de Jesus foi único e suficiente para nos conceder graça, perdão, justificação e salvação. Nada mais precisamos fazer. O pecado foi vencido no Calvário, e "em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Romanos 8.37).
É importante registrar que à página 351 do seu Catecismo a Igreja de Roma declara que "pelo Batismo todos os pecados são perdoados: o pecado original e todos os pecados pessoais, bem como todas as penas do pecado. Com efeito, naqueles que foram regenerados não resta nada que os impeça de entrar no Reino de Deus: nem o pecado de Adão, nem o pecado pessoal, nem as seqüelas do pecado, das quais a mais grave é a separação de Deus". E adiante declara: "O Batismo não somente purifica todos os pecados, mas também faz do neófito uma criatura nova..." Com relação às criancinhas fica difícil imaginar que já carreguem pecados pessoais. Mas o que desejamos dizer é que, na doutrina do batismo, a Igreja de Roma concorda que Deus perdoa TODOS os pecados, e as penas resultantes. Já na doutrina do Purgatório os pecados não são totalmente perdoados. Uma incongruência!
Deus não criou o Purgatório, quem o inventou? Eis a resposta: "A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento" (Igreja de Roma, Catecismo, pg. 290). Então, o lugar chamado Purgatório foi invenção de homens. "SEMPRE SEJA DEUS VERDADEIRO, E TODO HOMEM MENTIROSO" (Romanos 3.4). Ainda bem que Jesus derramou seu sangue por nós, e o Seu sangue nos lava e purifica de todo pecado.
Pr Airton Evangelista da Costa, Assembléia de Deus
RESPOSTA
Prezado Antonio Carlos, salve Maria.
Em vez de ir consultar esses protestantes, seria
bem melhor que você estudasse o catecismo do Concílio de Trento, que condenou o
protestantismo e explicou todos esses problemas.
O texto que você me pede para analisar é o de um protestante fanático e cheio de ilogicidades.
Já
na primeira frase diz ele que "Nenhuma doutrina ou tradição pode
subsistir sem o respaldo da inerrante Palavra de
Deus"
Que quer ele dizer com isso? Que só vale o
que está na Bíblia?
Ora, na própria Bíblia está escrito que "Muitas
outras coisas há que fez Jesus, as quais, se se
escrevessem, uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam
caber os livros que seria preciso escrever" (Jo.
XXI, 25).
Portanto, nem tudo o que Jesus fez está na
Bíblia.
E
São Paulo escreveu:
"Permanecei, pois,
constantes, irmãos, e conservai as tradições que aprendestes ou por nossas
palavras ou por nossa carta" (II Tess. II, 15).
Portanto, São Paulo afirma que nem tudo o que
ensinou está na Sagrada Escritura, pois manda que os cristãos guardem as
tradições que lhes transmitiu por palavras, além do que ensinou por cartas.
Se você procurar em nosso site, encontrará outras respostas a protestates a quem tenho explicado tudo isso que, agora, lhe escrevo de novo. Consulte nosso site e leia as cartas refutando as loucuras protestantes.
Quanto ao purgatório, a posição do auto denominado pastor que você cita se fundamenta no erro luterano de que todos os pecados são iguais, que não há pecados graves e pecados leves.
Pergunta
ele: "o que podemos entender por "faltas leves? "
E depois, quase no final de sua mensagem, diz
ele:
"Em verdade vos digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas
23.43). Esta foi a resposta que Jesus deu ao ladrão que se mostrou arrependido
e clamou por salvação. Ora, aquele ladrão com certeza carregava o peso de
muitos pecados, pecados leves e pesados." (O negrito é meu. A
contradição é dele).
Mas então, admite ele
que há pecados pesados e outros leves?
Que existem pecados maiores e menores, está na Bíblia. Por exemplo, "O que me entregou a ti tem maior pecado ", disse Cristo a Pilatos. (Jo XIX, 11)
Então, como esse tal de Airton afirma que crê só no que está na Biblia e nega que haja pecados de diferente gravidade, quando a própria Bíblia ensina que há pecados maiores e menores?
Você vê, meu caro Carlos Alberto, como agem esses protestantes . Eles manipulam a Bíblia para enganar os católicos, citando alguns textos e ocultando outros.
E, provado que há pecados maiores e menores, tudo o que ele diz cai por terra.
Cristo ensinou ainda que há desigualdade nos pecados quando disse aos fariseus que eles reparavam num cisco no olho do próximo e não viam a trave no próprio olho. (Cfr. Mt. VII, 3). Logo, há pecados que são como um cisco e outros que são como uma trave. E Cristo condenou os fariseus que "coavam um mosquito e engoliam um camelo" (Mt XXIII. 24).
Mentiu, pois o pseudo presbítero ao dizer que não há pecados leves e graves.
Não fazer a distinção entre pecados leves e graves leva a considerar Deus ou excessivamente duro, porque condena por uma pequena falta, ou excessivamente mole, porque nada puniria.
O
autor que você cita se estende em considerações tentando provar que nã existe o purgatório.
Em primeiro lugar, ele diz que o livro dos Macabeus não é válido, não seria inspirado. E a prova que
ele dá para isso é que "Macabeu,
como os demais apócrifos, nunca foi citado por Jesus, nem por qualquer livro
canônico."
Jesus não citou todos os livros da Bíblia;
entretanto, eles continuam válidos. E quem decide quais são os livros
inspirados e que devem fazer parte da Sagrada Escritura? Os homens? Não. Quem
decide isso é a Igreja, e ela definiu quais os livros que pertencem ao canon revelado. Lutero e os
protestantes negaram o valor dos Macabeus exatamente
por isso. Mas o livro dos Macabeus fazia parte da
chamada Bíblia dos Setenta que Cristo normalmente citava.
É o protestante quem decide:
"Noutras palavras, o livro de Macabeu não é
considerado de inspiração divina, não servindo, portanto, para o conhecimento
da verdade e crescimento espiritual. Ademais, os apócrifos foram escritos entre
Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo
Testamento e o Novo Testamento, período em que cessou a revelação de
Deus".
Cessou? Quem decidiu isso? O protestante que se auto intitula "presbítero da Assembléia de Deus"?
Ao tentar rebater o texto de São Mateus que afirma Mateus 12.32: "E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro", diz o pseudo "presbítero": Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo". Nada indica sobre a possibilidade de, no Purgatório, as almas serem perdoadas. Ademais, o texto fala que TODOS OS PECADOS serão perdoados (qualquer tipo de pecado), não havendo chance de os arrependidos levarem consigo "faltas leves" para serem queimadas."
Ora, o texto afirma que os pecados contra o
Espírito Santo nunca têm perdão, nem aqui, nem no outro mundo, enquanto que
outros serão perdoados no mundo futuro.
Pecado
perdoado não significa que ficará impune. Os pecados que nos são perdoados
acarretam punições. Deus nos perdoa a pena eterna, o inferno, mas isso não
significa que teremos perdoadas as penas temporais que os pecados nos
acarretam. Davi, mesmo depois de perdoado, foi punido por Deus.
"Também o Senhor transferiu o
teu pecado: não morrerás. Todavia, como tu pelo que fizeste deste lugar a que
os inimigos do Senhor blasfemem, morrerá certamenteo
filho que te nasceu" (II Samuel, XII, 13-14).
E os judeus que viram no deserto os milagres
feitos por Deus, e nem assim agiram bem, Deus os perdoou pela súplica e
intercessão de Moisés, mas determinou, mesmo depois de te-los
perdoado, que sofreriam uma punição: nenhum deles entraria na terra santa (Cfr.
Deuter. XXXIV 1-5).
E ao próprio Moisés, que era santíssimo, Deus puniu, não permitindo que ele mesmo chegasse à terra prometida porque duvidou, um instante, do poder de Deus (Cfr. Num. XXVII, 12-15; Dut, XXXII, 51).
Portanto, mesmo o pecado que nos é perdoado continua a exigir uma compensação. Permanece uma dívida que pagamos ou nesta vida com penitências e sofrimentos, ou na outra , no purgatório.
O pseudo prebítero assegura que "O Purgatório seria a porta de entrada do céu, a sala de espera. O Purgatório seria certeza de salvação! O dogma diz isso. Então, fica a pergunta: faz alguma diferença rezar ou não rezar pelos entes queridos que padecem no Purgatório? Com reza ou sem reza não irão para o céu? Com ou sem reza, esmolas, penitências ou velas não estão salvos? Tem algum cabimento orarmos por almas que já estão com passagem comprada para o céu? Os fiéis economizariam milhões de dólares diariamente se as rezas do sétimo dia fossem suspensas."
É verdade, sim. As almas do purgatório já tem a salvação garantida. Não são as nossa orações por elas que as salvam. Nossa orações por elas apenas abreviam suas penas no purgatório, já que por si, elas já não podem ter méritos.
O que o autor nega é que as almas possam merecer umas pelas outras, tal como Cristo mereceu por nós.
E depois de negar o dogma da Comunhão dos santos, o tal "presbítero" Airton vem fazer uma lição de economia capitalista, lamentando o dinheiro gasto com velas e rezas.
E comentando o texto de São Paulo: "Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (I Cor III, 15), diz ele:
"A expressão "todavia como pelo fogo" pode ser entendida como
escapando por um triz, escapando com perdas e danos, tal como se escapa de uma
casa pegando fogo."
Realmente, é uma jóia de interpretação!
Mas creio que ele não escapará do fogo, como por um triz, embora eu deseje que, pelo menos em sua última hora, ele escape do fogo eterno. Ainda que por um triz.
Citando
São Paulo aos Tessalonicenses, diz o tal de Airton:
"Cristo virá "arrebatar" a
Igreja (1 Tessalonicenses 4.16-17); os salvos irão se encontrar com Cristo,
irão diretamente para o céu; os que forem arrebatados não passarão por nenhum
estágio, por nenhuma purificação, por nenhum fogo purificador. Vejam:
"Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles [os mortos em Cristo] nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4.17). A Bíblia não fala
da existência de qualquer estágio entre o arrebatamento e o céu. Pergunta-se:
Por que esses serão arrebatados sem a obrigação de passar pelo fogo, enquanto
os mortos em todos os séculos passam, necessariamente, pelo estágio da purificação,
segundo a crença romanista? Dois pesos e duas medidas no plano de Deus?"
Só que ele esquece de
dizer que aí São Paulo está falando do fim do mundo, e não do que acontece
imediatamente após a morte, quando as almas são julgadas particularmente por
Deus, e mandadas ou para o céu, ou para o inferno -- se morrerram
em pecado grave -- ou para o purgatório, se morreram apenas com faltas leves ou
sem terem feito penitência, na terra, de sues pecados.
No final do mundo, quando houver o juízo final, não haverá mais purgatório, e as almas irão, após o juízo final, ou para o céu ou para o inferno.
E,
ao explicar o que ensina a Bíblia -- segundo Airton -- o pseudo presbítero
diz:
"Nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito"
(Romanos 8.1).
Claro. Quem não peca, não pode ser eternamente
condenado. E depois diz Airton:
"Quem anda em pecado não está liberto; não experimentou o novo
nascimento, não se converteu; continua andando conforme o mundo. Para estes não
há Purgatório que dê jeito."
E como explica ele que Deus ensinou no Antigo
Testamento: "O Justo peca sete vezes ao dia" (Prov XXIV 16)?
Mas, me diria Airton que ele não aceita o livro dos Provérbios. Então ele teria que explicar por que Cristo quis lavar os pés dos Apóstolos antes de lhes dar a comer o seu Corpo, e afirmou a Pedro que não era necessário lavar-lhe a cabeça e o corpo, mas apenas os pés. (Cfr. Jo. XIII, 3 -12).
Sempre negando a necessidade de fazer penitência, o herege Airton afirma:
"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres"
(João 8.36).
Estaríamos livres apenas dos pecados maiores, mas
não totalmente livres das faltas leves? E por essas leves
faltas iríamos para o fogo do Purgatório? Verdadeiramente livres da escravidão
do pecado, porém não livres das labaredas purificadoras?
É evidente que os salvos não sofrerão as penas do Purgatório. Jesus sofreu esse "Purgatório" por nós.
Ora, se fosse como ele diz, não precisaríamos fazer nenhuma penitência. Mas Cristo, ao subir ao Calvário, disse às santas mulheres: Se isto se faz com a lenha verde, que se fará com a lenha seca? " (Luc. XXIII, 31).
Cristo recomenda que aquelas mulheres que eram boas e santas fizessem penitência, embora elas estivessem perdoadas.
Como protestante e herege completo, o pseudo presbítero afirma rotundamente que basta a fé "Nada mais precisamos fazer".
Aí
vai o texto dele, no qual ele rotunda e escandalosamente nega que seja
necessário fazer qualquer coisa para se salvar. Para ele, basta inventar
doutrinas falsas.
"O sacrifício de Jesus foi único e
suficiente para nos conceder graça, perdão, justificação e salvação. Nada mais
precisamos fazer".
E para o final ele escreveu uma grande
verdade:
"SEMPRE SEJA DEUS VERDADEIRO, E TODO HOMEM
MENTIROSO" (Romanos 3.4).
Certamente o texto citado, em sua última parate, cabe bem a ele que se afirma presbítero sem nunca o
ter sido.
In Corde Iesu, semper
Orlando Fedeli
Ótimo
argumento contra os "Irmãos de Jesus"
PERGUNTA
Enviada em: |
15/03/2002 |
Local: |
São Gonçalo - RJ, Brasil |
Religião: |
Católica |
Gostaria
de um comentário a respeito da sua resposta, dada a um protestante e publicada
neste site, da parte transcrita abaixo e em consideração à passagem do
Evangelho de São Lucas 1,36a (E eis que também Isabel, tua prima, concebeu...)no tocante aos nomes "irmãos" e
"prima".
...
Foi achada uma antiga inscrição hebraica em Tell el Yedouihie, que fala de uma
mulher chamada Arsinoé, que morreu ao dar à luz seu
primogênito (cfr. Lucio Navarro, Legítima interpretação da Bíblia, Campanha de
Instrução religiosa Brasil Portugal, Recife, 1938, p.587). Se aplicarmos a
lógica de Saul, o fato de ela ter tido um primogênito exigiria que ela tivesse
também filhos depois da morte!
Que lógica, hein, Saul?
Daí, Saul, o herege, vem com outro "argumento", o famoso texto que
fala dos "Irmãos de Jesus":
Evangelho de Marcos 6.3 - " Não é esse o
carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas
irmãs não estão aqui entre nós?"
Pois vou fazer o próprio Santo Agostinho responder aos hereges da Lagoinha.
Escreveu sobre esse problema o grande Bispo de Hipona:
"Segundo observa o evangelista João: "Jesus
desceu de Cafarnaum, Ele, sua mãe, seus irmãos e seus
discípulos" (Jo. II, 12). Portanto, Jesus
possuía mãe, irmãos e discípulos. E se ele possuía irmãos é porque tinha mãe.
"O hábito de nossa Escritura Santa, com efeito, é de não restringir esse
nome de "irmãos" unicamente aos filhos nascidos do mesmo homem e da
mesma mulher. Nem àqueles que nascem de uma só e mesma mulher, ou só do mesmo
pai, ainda que nascidos de mães diferentes. Nem mesmo de restringir o nome de
irmãos a primos de primeiro grau, como são os filhos de dois irmãos ou de duas
irmãs. Não são esses, unicamente, os que a Escritura costuma chamar de irmãos."
"É preciso penetrar o sentido das expressões empregadas pelas Escritura Sagrada.
Ela tem sua maneira de dizer. Possui sua linguagem própria. Quem ignora essa
linguagem - [é todo o pessoal da Lagoinha. E quem ignora é ignorante.] - pode
ficar perturbado e perguntar-se: Então, o Senhor tem irmãos ?
Será que Maria teve ainda outros filhos?"
"Não! De modo algum! Foi desde o seu parto virginal que principiou a
dignidade das virgens. Essa filha do gênero humano pôde ser mãe, mas foi
"mulher", sem dúvida, em consideração a seu
sexo, mas não por ter perdido a virgindade. Isso é assim deduzido, se
considerarmos a linguagem da Escritura. (...)"
"Qual é, pois, a razão de ser da expressão "irmãos do Senhor"?
Irmãos do Senhor eram os parentes de Maria. Parentes, em algum grau que seja.
Como se demonstra isso? Pela própria Escritura, que chama, por exemplo, Lot de irmão de Abraão (Gen,
XIII, 18e XIV, 14). E ele era um filho de seu irmão. Lede e vereis que Abraão
era tio de Lot, e, todavia, chamavam-se ambos de
irmãos. Perante esses fatos, ficareis sabendo que todos os
consangüíneos de Maria eram considerados irmãos de Cristo" (Santo
Agostinho, Comentário do Evangelho de São João, X, 2).
RESPOSTA
Prezadíssimo
Carlos Alberto, salve Maria !!!
Prezadíssimo, sim, prezadíssimo
Carlos Alberto, realmente meu irmão, porque tem a mesma Mãe que eu, e,
principalmente, porque sabe tão bem defender a honra dela.
Deus lhe pague ! Deus lhe pague !
Deus lhe dê uma grande recompensa, porque você se levantou para defender a
honra da mãe de Deus.Que Deus lhe dê longos dias, como
Ele mesmo prometeu aos que honram seu Pai e sua Mãe.
Você não calcula como é oportuna sua carta, e como me é precioso o seu
excelente argumento, encontrado nas obras do grande Santo Agostinho !
Como você bem sabe, Lutero -- e os seus sequazes --
por ódio a São Tomás e à Escolástica, dizem apoiar-se no santo Bispo de Hipona.
Ainda recentemente, um conhecido meu, protestante, me informava que, se
encontrasse algo em Santo Agostinho, que defendesse a devoção recomendada pela
Igreja a Maria Santíssima, isso seria decisivo para ele se converter.
Chega-me, então, agora, o seu excelente argumento, tirado de um texto de Santo
Agostinho. Ele me vem na hora H !
Deus lhe pague!
Gostaria de conhecê-lo pessoalmente -- como a um irmão, pois verdadeiro filho
de Maria Santíssima.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Salve ! Salve Maria !
Sobre o artigo
do site: ´Imagens, ídolo, veneração, adoração`
PERGUNTA
Enviada em: |
30/04/2004 |
Local: |
Itapetinga - BA, Brasil |
Viva Cristo
Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!
Prezado Prof. Orlando Fedeli
Li, num dos artigos do seu site, a acusação do protestante Saul, que inicia de
modo meio confusso. Primeiramente, dizendo (ou
sugerindo) que os ídolos que Deus proibiria seria a queles que têm pés e mãos; depois, no entanto,
contradizendo esse parecer - ele mesmo demonstrou o contrário. Haja vista ter
citado a passagem do Deuteronômio que deixa claro que o Altíssimo não proíbe
imagens com pés e mãos, mas todo tipo de imagem idolátrica: de animais, aves...
até de astros siderais (seres que, com certeza, não
possuem pés ou mãos)... [Não é contraditório esse Saul?]
a) Prof. Fedeli: as representações simbólicas dos
querubins - muito provavelmente - possuíam pés e mãos, não é mesmo? ou será que os "suals"
(é assim que que se escreve o plural de
"Saul"?) da vida acreditam que os "querubins da glória" (Hb 9,5) eram cotos ou aleijados? [Eu já vi ilustrações ou
figuras protestantes em que, didaticamente, as estátuas querubínicas
da Arca da Aliança são representadas possuindo pés e mãos.]
OBS.: Na Vulgata, inclusive, é citada que, no Templo de Jerusalém, a presença
de uma imagem de homem: <<"Apresentando como que a figura de um
homem de pé" (III Reis 7,36)>> [BÍBLIA SAGRADA (Traduzida da
Vulgata), 15a.
edição, Edições Paulinas, SP, 1998, p. 378].-- [III Reis 7,36 equivale, nas
demais traduções da Bíblia, a 1 Reis 7,36]
b)Ao citar o texto do Deuteronômio, o Saul frisou: imagem de "homem e
mulher ". Por que ele não frisou também a parte antecedente que diz:
"Imagem esculpida em forma de ídolo" (Dt
4,16). Assim, Deus haveria especificado a proibição da Lei como sendo só sobre
as estátuas (isto é, "imagem esculpida") e não com referência a
qualquer tipo de imagem. Se pudesse eu perguntaria ao sr. Saul: E aí, Saul, a proibição do Deuteronômio
inclui: a pintura, o desenho, o mosaico, o vitral, os bordados, as tapeçaria, posters, etc? Se
dizes que sim; então, prove! Pois, pelo texto bíblico é dito
especificadamente: "imagem esculpida em forma de ídolo"(cf.
Dt 4). Repito, pelo texto do deuteronômio citado, NÃO
é qualquer tipo de imagem; mas "ESTÁTUA" e ainda, esta estátua, tem
que ser "em forma de ídolo".
(Sugerindo, assim, que éxistem
estátuas que não possuem a forma idolátrica e estas, por conseguinte, também
não seriam proibidas).
Em suma, por tal inferência,então, poder-se-ia afirmar que: "Todo ídolo -
obrigatoriamente - teria que ser uma estátua; mas nem toda estátua seria um
ídolo" (assim como todo dólar é dinheiro; mas nem todo dinheiro é dólar);
haja vista exitirem estátuas aceitas no templo
(querubins, leões, touros: 1Rs 7,29; além de escultura de guirlandas e palmas:
2 Cron 3,5),afora a estátua da serpente de bronze
(cf. Nm 21,8-9) ou dos ratos e tumores (cf. 1Sm
6,11). Há ainda a estátua que ficou - por um bom período de tempo - na Casa de
Deus em Silo: "Eles instalaram para seu uso a imagem que Micas havia esculpido, e ela permaneceu lá todo o tempo em que
subsistira a casa de Deus em Silo" (Jz 18,31).
Saul e o Dicionário
"No Dicionário Aurélio 3.0 - Século XXI" também é dito que honrar é
venerar. E agora Saul? Tu não honrarás mais teus pais porquanto - no Aurélio -
venerar significar honrar? E como fica o santo mandamento que diz: "Honra
teu pai e tua mãe" (Lc 18,20); bem como a
seguinte sentença bíblica que diz: "Se alguém me serve, meu Pai o
honrará" (Jo 12,26); ou ainda: "Honrai a
todos" (1 Ped 2,17).
Aliás, no mesmo dicionário, "venerar"
significa respeitar. Será que Saul não mais respeitará nada e ninguém, exceto
Deus?... Eu creio que não! Pois, certamente, Saul continuará respeitando muitas
coisas; bem como dando a honra a quem é devida a honra, não é mesmo?... Diga-me
Saul: você honra os santos de Deus? Você os respeita? Sim ou não?... Você
respeitaria as imagens do Templo de Jerusalém?
{Lembre-se - ó incauto Saul - segundo o Aurélio respeitar é
venerar (e que, presumidamente, seria o mesmo que adorar).] Você as
respeitaria ou não?... E como Adorar, segundo o citado dicionári
o, é igual a idolatrar; então, não te incomodarias de ser chamado de "idolatrador" de Deus? [Eu porém
não idolatro Deus, eu o adoro!]
Ah, Saul! Você, citou ainda, que, segundo o mesmo
dicionário, adorar é amar extremamente. E me responda, então: "Deus amou o
mundo: pouco, medianamente, ou em extremo?" Não foi em extremo, Saul? A
ponto de - conforme está escrito - entregar oo seu
Filho amado para salvação do mesmo: "Deus amou tanto o mundo, que entregou
o seu Filho único" (Jo 3,16). por
conseguinte, segundo aquele que vulgarmente é denominado de "Pai dos
Burros", Deus teria cometido o pecado da idolatria; é assim Saul?
Em que cipoal tu te meteste, em Saul? (E com dicionário embaixo do braço!...
Melhor seria fechá-lo, e rapidamente! Antes que, "com pés e mãos"
sejas, tu, laçado nos fogo do inferno - conforme asseverou Nosso Senhor Jesus
Cristo.)
Saul no Zoológico?!
Meio confuso, ele disse que se quisesse ver animais iria ao Zoológico; dando a
entender que não precisaria contemplar por meio de representações artísticas.
Eu, porém, digo: têm certos lugares ("as sinagogas de Satanás") que
peço a Deus não precisar nunca ir para não ter, quiçá, que me depara com os
"cães" (Mt 7,6),
"víboras" (Mt 23,33) e todo tipo de
"bestas" - que por lá possa haver? Por outro lado, eu teria - se
possível fosse - um enorme prazer em visitar o Templo de Deus, que Salomão
mandou edificar; e no qual a glória de Deus pousou. Lugar Sacro em que
abundavam inúmeras imagens de animais (touros e leões) - imagens que participavam
do Verdadeiro Culto a Deus. Aliás, imagens sagradas e abençoadas e que,
portanto, conjuntamente com todo o Templo do Altíssimo, eram reverenciadas.
Está escrito: "Reverenciareis meu santuário" (Lv 19,30).
E ainda:"Me prostro voltado para o teu sagrado
templo" (Sl 138(137),2). [O Santuário, como é
bem sabido, estava cheio de imagens.
]...E lá (no teu santuário), ó Senhor, possamos cantar
com o Salmista: "Nós nos saciamos com os bens da tua casa, com as coisas
sagradas do teu templo"
(Sl 65(64),5).
[OBS.: O Templo e tudo que havia nele eram sagrados! Portanto, cada objeto de
lá, inclusive, as imagens, não podiam ser tidos com simples enfeites - eram
ornamentos sacros com significados simbólicos-religiosos
preciosos.]
Para os que ignoram a Escritura é preciso deixar claro: o que é proibido é a
prostração "adorativa" perante criaturas (sejam imagens ou não); e
não a prostração SEM adoração. Vejamos, alugns exemplos, lícitos, de prostrações sem a adoração:
- "Betsabéia se ajoelhou e se prostrou diante do
rei" (1 Rs 1,16).
- "Quando chegou o profeta Natã... Ele veio perante o rei e se prostrou
diante dele" (1 Rs 1,22s.) - "Esse terceiro
chefe subiu, dobrou os joelhoes diante de Eliseu e
suplicou-lhe assim: "Ó homem de Deus..." " (2 Rs 1,13).
- "Prostrai-vos perante o seu monte sagrado" (Sl
99(98),9).
- "Josué então rasgou suas vestes, prostrou-se com a face em terra diante
da Arca de Iahweh até à tarde, tanto ele como os
anciãos de Israel" (Jos 7,6).
Mais uma acusação infundade do Saul
E, dentre a infundadas acusações, ele diz que Deus não dependeria de Madre
Tereza de Calcutá ou dum Santo Apóstolo; portanto, estaria errado qualquer
pedido de intercessão. Não tem nada haver tal assertiva feita pelo tal Saul.
Ademais, pedir a intercessão de alguém - seja do céu ou da terra - é algo que
pode ser dispensado; porquanto, poder-se-ia pedir diretamente ao Senhor. Pedir
o auxílio das orações dos santos é, apenas, reconhecer que Deus Altíssimo -
autor e sustentador da Comunhão dos Santos - alegra-se
com a solidariedade que pode haver entre os seus filhos.
De fato, a acusação de que é com se Deus estivesse dependendo da intercessão do
santo não cabe. Essa acusação do Saul é muito furada! Ora, e quando um herege
(como são os protestantes) pede ao pastor de sua comunidade para rogar por ele:
isto significa que Deus estaria dependendo da intercessão do pastor? Claro que
não! Tão-somente, ele está pedindo a um irmão (em
Cristo)que ore por si; e, isso, de modo algum,
significa que Deus dependeria do pastor. Aliás, a regra é a mesma: se a pessoa
quisesse podir diretamente a Deus, sem precisar dos
rogos do pastor, poderia fazê-lo [como acontece com relação as santos de Deus].
Portanto, é mais do que claro que meus pedidos podem chegar a Deus por meio de
intermediários (estejam estes na terra ou não); muito embora, possam chegar até
Deus, sem precisar de intermediários. [O pedido de intercessão - seja a um
santo do céu, ou a um irmão da terra - apenas é o reconhecimento que Deus
também pode ser compelido a agir de forma indireta; além, da forma direta - que
sempre subsiste e que dispensa qualquer intermediário.]
Bibliografia
- BIBLIA SAGRADA, 15a. edição, Edições Paulinas, SP,
1988.
- BÍBLIA DE JERUSALÉM, Editora Paulus, SP, 1996.
P.S.: Se puder e quiser colocar este texto como um
adendo a sua preciosa resposta a Saul; creio, que será de grande contribuição
para os leitores de seu site.
É sempre bom refutar essas heresias "sem pé e sem cabeça"!
RESPOSTA
Muito prezado Wagner, salve Maria!
Muito obrigado por sua excelente cooperação, refutando os sofismas do herege
Saul.
Achei muito bons os seus argumentos, e pedirei que publiquem sua carta com
destaque no site Montfort.
Que Deus recompense seu zelo em defender a verdade e em defendê-la de modo tão
claro, sábio e interessante, mesmo, com tanta graça.
Escreva-nos sempre. E se quiser refutar outros protestantes que se metam a
sofismar contra a fé, tenha a bondade de usar a palavra de Deus como espada de
dois gumes. Palavra que o senhor sabe usar tão sabiamente.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Católica ou
Evangélica? Como escolher???
PERGUNTA
Enviada em: |
10/01/2004 |
Local: |
Curitiba - PR, |
Escolaridade: |
Superior em andamento |
Senhor Orlando, faço-lhe as
pergunta seguintes, pedindo se for possivel
que sejam fornecidam respostas rápidas e objetivas
para cada uma delas. Meu interesse maior está na escolha entre ser católica ou evangélica, isso é, na última das perguntas.
Obrigada, com simpatia, Sil.
01)) Como devemos ler os Evangelhos, simplesmente considerando-os como
um relato de fatos históricos que ocorreram à época do Senhor Jesus e dos
Apóstolos, ou como ensinamentos a serem utilizados hoje, na nossa vida
cotidiana? Por exemplo: "Pedi e recebereis" é algo que foi dito de
Jesus para os Apóstolos (e funcionava naquela época) ou foi falado de Jesus
para todos nós (e que ainda funciona, hoje, comigo, conosco)?
02)) Por que devo ir à igreja, se Deus está em toda
parte e posso me comunicar com Ele em qualquer tempo e lugar?
03)) Por que devo ter uma religião? Não bastaria ler a
Bíblia e orar?
04)) Por que motivo os católicos recebem a comunhão
(hóstia)? Se um católico não tiver pecados, ele já não tem "Jesus
nele"? O valor do recebimento do pão pelos evangélicos, durante o culto, é
o mesmo do valor da hóstia para os católicos, na missa?
05)) Por que os católicos fazem a Crisma? Eles já não
recebem todos os dons do Espírito Santo no Batizado? O que difere o crismado do
não crismado?
06)) Os católicos recebem mais graças de Deus do que
os não-católicos (evangélicos, por exemplo)?
07)) Poderíamos dizer que os católicos são mais
felizes, mais prósperos e têm menos tribulações do que os evangélicos ou os
judeus? Quando frequento algum culto evangélico, as
pessoas me parecem ser bem felizes.
08)) Qual a diferença entre quem carrega pegados
consigo e quem confessou seus pecados? É uma diferença que será somente notada
na nossa morte (quer dizer: só um dos dois iria para o céu), ou os absolvidos
gozariam, aqui nessa vida, de alguns benefícios sobre o que possui pecados não
perdoados?
09)) Como saber, numa determinada situação, se quem
está pensando sou eu, Deus, ou o inimigo (satanás)?
10)) Os católicos dizem que a sua religião é a única
que deve existir, e os evangélicos falam a mesma coisa. Mas para que eu possa
escolher entre a religião católica e as evangélicas, quais seriam as diferenças
principais entre uma e outra? Poderiam ser enumeradas 5
ou 10 diferenças essenciais, que pudessem realmente pesar em uma decisão
(escolha) de minha parte?
Pretendo fazer essa mesma pergunta a um pastor evangélico.
comentários: Indicação de um católico, que trabalha na empresa em que
faço estágio.
RESPOSTA
Muito prezada Silvana, salve Maria!
Há um só Deus, e, portanto, só pode haver uma religião verdadeira, sendo todas
as demais falsas.
Como Deus é infinitamente bom, Ele deve ter deixado sinais bem claros para
conhecer qual é a única religião verdadeira, que deve ser una, santa, feita
para todos os homens, isto é, que deve ser uma religião para ricos e pobres,
cultos e ignorantes, de todas as raças, portanto universal, católica -- porque
católica quer dizer universal -- e apostólica, isto é, que vem desde os
Apóstolos.
Essa única religião verdadeira tem que ter sido fundada pelo próprio Cristo
Deus.
Ora, no Evangelho se lê que Cristo fundou a sua Igreja sobre Pedro (Cfr, MT XVI, 16-19) e que prometeu a São Pedro que o
demônio jamais venceria a Igreja.
Ora, as seitas protestantes foram fundadas a partir do século XVI (1517). Logo,
elas não foram fundadas por Cristo. Pior, elas se rebelaram contra o Papa
sucessor de São Pedro, declarando que cada um pode interpretar a Bíblia a seu
modo.
Como resultado dessa livre interpretação da bíblia surgiram mais de 10.000
seitas protestantes -- que se dizem evangélicas -- mas que torcem e retorcem o Evangelho a seu bel prazer, desde a igrejola luterana até a seita "Sabão, Sopa e
Salvação".
O que Nosso Senhor ensinou, nos Evangelhos vale para todo o sempre, porque Deus
não muda. E os fatos relatados nos Evangelhos foram fatos realmente ocorridos,
porque Deus não mente.
Deus está em toda a parte, mas Ele está realmente presente na Sagrada Hóstia,
com seu Corpo, Sangue Alma e Divindade. Deus nos fez sociais,
e devemos honrá-Lo não só em particular, como também publicamente.
Uma brasa isolada se apaga e se torna carvão que tudo suja. Assim também, o
homem isolado, vê apagar-se seu zelo e seu amor e se transforma em carvão que
tudo suja. Por isso, disse Deus: "Maldito quem está só". Devemos ir à
igreja para dar testemunho público de nossa Fé e dar bom exemplo para os
outros. E Nosso Senhor nos disse que "Onde dois ou mais se reunirem, em
meu nome, Eu estarei entre eles". Por isso tudo, somos obrigados a ir à
Igreja católica.
Não. Não basta então, fechar-se em casa e orar. Devemos dar exemplo e animar os
outros a praticar a religião. A sociedade, ela também, é uma criatura de Deus,
e ela deve honrá-LO publicamente.
Uma coisa é ter a graça de Deus na alma, e outra é receber o próprio Deus na
comunhão. Cristo é quem determinou: "Quem não comer a minha carne, e não
beber o meu sangue não terá a vida eterna".
A comunhão perdoa os pecados veniais, preserva dos mortais, fortalece a virtude
e a Fé, e aumenta a graça de Deus em nós.
O pão dos evangélicos é só pão. A Hóstia é o próprio Cristo com seu Corpo,
Sangue, Alma e Divindade. A diferença entre o pão dos protestantes e a Hóstia
católica é infinita.
O Batismo perdoa o pecado original, nos faz filhos adotivos de Deus, herdeiros
do céu e membros da Igreja.
O Crisma nos faz soldados de Cristo, dando-nos uma força especial para defender
a Fé.
Os católicos recebem as graças de Deus através dos sacramentos, que são os
meios estabelecidos por Jesus, para obtermos a graça. Como os protestantes
negam o valor de muitos sacramentos, e como eles estão em heresia e, por isso,
se tornam inimigos de Deus, os protestantes não podem receber graça satificante nenhuma. Eles vivem em pecado de heresia.
A prática da religião exige que aceitemos as cruzes que Deus nos dá. Aqueles
que buscam ser felizes aqui, neste mundo, já receberam a sua recompensa. Jesus
nos chamou dizendo: "Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome
sua cruz e me siga".
Ele não nos prometeu a felicidade neste mundo, mas no outro.
Quem morre em seus pecados vai para o inferno. Daí, a necessidade de confessar
os pecados a fim de sermos perdoados antes que morramos.
Nós temos um só pensamento. Não é o diabo que pensa em nós. Deus pode nos
sugerir bons pensamentos. O diabo só pode nos tentar com imaginações, pois que
ele não pode saber o que pensamos. Só Deus conhece nossos pensamentos.
A verdadeira religião de Nosso Senhor Jesus Cristo deve ter 4
notas essenciais.
1 - Deve ser UNA. Deus é um e sua Igreja deve ser una. Una na Fé,
ter uma só doutrina. Ter um só Batismo. Um só chefe: o Papa.
O protestantismo não é uno. Ele tem milhares de diferenças doutrinárias. Na
realidade, cada protestante tem, cada um, a sua
religião particular, na qual cada um é papa, bispo e padre, ao mesmo tempo.
Isto é, cada protestante pretende ser e quer ser tudo, e não é nada.
2 - Deve ser Santa A Igreja de Jesus Cristo deve ser santa e
santificar seus membros através da graça e dos sacramentos.
As seitas protestantes negam, em geral os sacramentos, recusam os santos e não
produzem santos. Só a Igreja Católica pode gerar santos.
3 - Deve ser Católica Católica quer
dizer universal, porque Cristo mandou ensinar e batizar a todos: ricos e
pobres, judeus e gentios, de todas as raças, e de todas as condições.
4- A Igreja deve ser Apostólica As autoridades da Igreja devem
derivar do próprio Jesus Cristo, como sucessoras de Pedro e dos Apóstolos.
Jesus Cristo fundou sua única Igreja sobre Pedro a quem disse; "Tu és
Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja" (Mt XVI, 16-20).
E Jesus disse a seus Apóstolos: "Quem vos ouve, a Mim ouve".
As igrejolas protestantes são seitas fundadas por
homens e não por Jesus Cristo.
Esperando tê-la ajudado, me despeço
In
Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Heresias
protestantes
PERGUNTA
Enviada em: |
25/10/2000 |
Local: |
Serra - ES, |
Nunca vi tantas coisas sem fundameto bíblico. Faço das palavras do professor Orlando as minhas: "ignorantes trocaletras".
Vi os questionamentos feitos pelo Sr. Saul. Todos eles fortemente baseados na PALAVRA DE DEUS, que é a Bíblia Sagrada. Depois vi as respostas do Sr. Orlando, totalmente sem fundamentos bíblicos e trocaletras, deste o início, onde ele escreve "Saul, Saul, por que me persegues?" (Atos 9:4), na Bíblia, a PALAVRA DE DEUS, está escrito: Saulo, Saulo. por que me persegues?. Se foi o início das "trocas de elogios" entre o Sr. Saul e o Sr. Orlando, foi de uma enorme falta de respeito com a PALAVRA DE DEUS, além de induzir a muitos, pois não são os poucos que não lêem Bíblia, a deduzir coisas devido a esta troca de nomes.
O professor Orlando usou "pedaços" da Palavra, ou seja, até aonde lhe favorecia. Exemplo: "A letra mata" (2 Co 3:6.). É verdade, a LETRA MATA, mais o ESPÍRITO VIVIFICA (2Co 3:6). O que não esta escrito é revelado pelo Espírito Santo. Além da Bíblia, A PALAVRA DE DEUS, a revelação nos é dada pelo seu ESPÍRITO SANTO. A chave que revela o que esta além da letra é o Espírito Santo. O professor mostrou isto citando Mateus 16:17-19, e parou por ai, pois até ali mostrou que Deus revelou a Pedro através de seu Espírito a respeito de Jesus. Porque não citou Mateus 16:21-23, quanto Jesus disse a Pedro: "Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque nã compreedes as coisas de são de Deus, mas só as que são dos homens." O professor Orlando diz que ali foi estabelecido um intérprete da Sagrada Escritura, PEDRO. Mas pouco tempo depois, PEDRO, esta totalmente fora da REVELAÇÃO. E diz mais, que o PAPA, sucessor de PEDRO, é infalível em matéria de Fé e de Moral. Será que o professor se esqueceu que foi PEDRO que negou a JESUS, três vezes. Então se Pedro foi o primeiro PAPA, então os papas também erram, os papas também falham.
E para defender "Maria, mãe de Deus", o professor usa textos de Atanásio, Dídimo, Ambrósio, Epifânio, etc. A Bíblia diz realmente que nem tudo o que Jesus fez esta na Bíblia. Mas não diz que o que esta fora dela é verdadeiro.
E na questão das imagens! Tente pintar a CRISTO pelo menos como Ele verdadeiramente é: "Sem beleza e sem formosura, como raiz de uma terra seca" - Tentem retratar como é descrito Jesus no Livro de Isaías no capítulo 53. Não se parece nada com um homem de traços finos, cabelos lisos, olhos azuis e olhar perdido no horizonte.
Gostaria ver ver respostas do professor Orlando ou da Montfort, baseadas somente na PALAVRA DE DEUS. Eu vou parar por aqui! Realmente é difícil de aquentar tanta besteira junta!
RESPOSTA
Teimoso Marcus Trocaletras,
Salve Maria.
Você me pede que eu lhe reponda só com textos bíblicos, e procura demonstrar que eu mutilei os textos da Escritura.
Como primeira prova de que mutilei a Sagrada Escritura, você cita que ao responder ao pastor Saul --o escorpião da Lagoinha -- eu coloquei a frase "Saul, Saul por que me persegues?" quando o texto dos Atos dos Apóstolos diz "Saulo, Saulo", e não Saul. Meu pobre Trocaletras, saiba que Saul e Saulo são o mesmo nome. Saulo é a grafia portuguesa de Saul. Do mesmo modo que Paul e Paulo são o mesmo nome. E, para seu governo, o Evangelho chama de Tiago aquele cujo nome original é Jacob, nome que em português se escreve e diz como Jaime, e em inglês, James.
E, já que você quer que lhe responda citando a Escritura, digira esta frase bíblica: "A ciência do insensato se reduz a palavras mal digeridas" (Eclo, XXI, 21).
Outra mutilação de que você me acusa é de ter citado a frase "A letra mata" sem ter dado a continuação dela que é: "o Espírito vivfica". E você interpreta -- mal digerindo essas palavras -- que quando você lê a Biblia, o Espírito Santo o inspira e lhe dá a verdadeira interpretação do que que está escrito.
Espero que você não seja a tal ponto Trocaletras que acredite ter o monopólio da inspiração do Espírito Santo. Não conheço nenhum texto bíblico que diga que o Espírito Santo usa apenas Marcus -- o Trocaletras -- para dar o sentido verdadeiro das palavras reveladas e escritas na Biblia.
Como protestante, você deve crer que cada um que lê a Bíblia é inspirado pelo Espírito Santo. Ora, se é assim, por que a interpretação que eu dou da Escritura estaria errada? Por que todas as interpretações da Bíblia dadas pelos protestantes de todos os naipes e de todas as seitas estariam certas, e só a interpretação católica estaria errada? O Espírito Santo só não inspira aos católicos?
E se o Espirito Santo inspira também a mim, tanto quanto a você, como é que nós temos interpretações opostas? A qual de nós dois o "Espírito Santo" está enganando?
Meu caro, sua mania de trocar letras acaba por trocar, não só o sentido das Escrituras, mas troca até o Espírito Santo por outro que não pode ser tão santo.
Você concorda comigo ao dizer que reconhece que "A Bíblia diz realmente que nem tudo o que Jesus fez está na Bíblia. Mas não diz que o que está fora dela é verdadeiro."
Claro. Nem tudo o que está fora da Bíblia é verdadeiro. Por exemplo, você, Marcus, o Trocaletras.
Quer outra prova?
Você exige que eu pinte a Jesus apenas como o descreve Isaías na Paixão do Calvário, e como a Igreja o apresenta como flagelado, coroado de espinhos e crucificado. Sim, esta imagem de Jesus crucificado é verdadeira. Como é verdadeira também a imagem esplendorosa de Jesus transfigurado no Tabor, aparecendo em toda a sua majestade divina.
E quanto aos pecados de Pedro e sua infalibilidade como Vigário de Cristo, é bem fácil de lhe responder. Pedro é falível apenas como homem. Como representante de Cristo, ele é infalível, e tudo o que ele liga na terra, é ligado no céu, e tudo o que ele desliga na terra é desligado no céu. Você não acredita no Evangelho? Pois tudo isso está lá, em S. Mateus, XVI, 16-20. Por isso, todo Papa, como representante de Cristo, é infalível, mas como homem pode pecar. O Papa é infalível, mas não impecável.
Divertindo-me à bessa com suas palavras mal digeridas, despeço-me,
in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Por que a Igreja permite fazer imagens?
PERGUNTA
Nome: |
Sandro |
Enviada em: |
27/11/1999 |
Meu nome é Sandro, gostei das colocações feitas pela
Associação Montfort no que diz respeito a não ter
outros deuses, realmente creio que existe um só Deus e gostaria de algum tipo
de explicação sobre:
"Cremos ter provado que, pela Igreja Católica: só
há uma Igreja verdadeira, fora da qual não há salvação. Consequentemente,
só há um Deus verdadeiro. Essas proposições valem para sempre".
Porque, logo no inicio foi dito que: "Comecemos pela Bíblia: Êxodo 20,3:
Não terás outros deuses diante de mim." e minha dúvida está que nos versos
logo a frente diz: "Não faras para ti imagem de
escultura" e "Lembra-te do dia de Sábado para santificar";
E em S. Mateus 5:17 a 19 diz que a lei (10 Mandamentos) é Eterna.
RESPOSTA
Prezado Sandro,
Salve Maria.
Antes de tudo, obrigado por seus elogios e por sua confiança.
Permita-me também fazer uma retificação necessária. No artigo que você cita houve, de fato, equívoco, cuja correção já está sendo providenciada. Não se pode dizer que, sendo a Igreja a única verdadeira, há conseqüentemente um só Deus. O contrário é que fora redigido: havendo um só Deus, conseqüentemente só pode haver uma Igreja verdadeira.
Passo agora a responder sua pergunta: se no primeiro
mandamento da lei de Deus foi proibido fazer imagens, por que a Igreja Católica
permite fazê-las?
Como você bem recorda, o primeiro mandamento da Lei
dada por Deus a Moisés, no Sinai, diz: "Não terás outros deuses diante de
Mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima
no céu, e do que há em baixo na terra, nem do que nas águas debaixo da terra. Não
adorarás tais coisas, nem lhes prestarás culto." (Ex. XX, 3-5 e Deut. V, 8).
No Deuteronômio Deus repete essa proibição, dizendo: "Não farás para ti,
nem levantarás nenhuma estátua, coisas que o Senhor, teu Deus, aborrece."
(Deut. XVI, 21).
Baseados nesses textos da Bíblia, os protestantes de todos os naipes -
repetindo a heresia dos iconoclastas - acusam a Igreja Católica de não acatar a
ordem de Deus, pois permite que se façam esculturas e imagens de Cristo e dos
santos, para serem veneradas.
Esse raciocínio dos hereges peca, porque isola esse texto de outros. Se
houvesse apenas essas frase na Escritura a respeito de
imagens, eles teriam razão. Acontece que o mesmo Deus que deu essa lei em
outras passagens disse o contrário, pelo menos aparentemente.
Assim, vejamos.
No mesmo Exodo, quando Deus - cujo primeiro
mandamento proibira fazer esculturas do que há no céu - mandou fazer a Arca da
Aliança para que nela se guardassem as tábuas da Lei, Deus diz:
"Farás também dois querubins de ouro batido, nas
duas extremidades do oráculo. Um querubim esteja dum lado, o outro do outro.
Cubram ambos os lados do propiciatório, estendendo as asas e cobrindo o
oráculo, e estejam olhando um para o outro com os rostos voltados para o ropiciatório, com o qual deve ser coberta a arca, na qual
porás o testemunho, que Eu te hei de dar. De lá te darei as minhas ordens, em
cima do propiciatório e do meio dos querubins, que estarão sobre a arca do
testemunho, e te direi todas as coisas que por meio de ti intimarei aos filhos
de Israel" (Ex. XXV, 17-22). Esse texto será repetido em Ex XXXVII, 7.
Se Deus proibira fazer "figura alguma do que há em cima do céu", como
é que depois manda fazer as figuras de dois querubins, determinando colocá-los
exatamente sobre a arca em que se guardaria a Lei que proibia fazer estátuas?
Aparentemente é uma contradição, e em Deus não pode haver cotradição.
Logo, deve haver uma explicação para fazer estátuas.
Qual?
Há ainda várias outras passagens em que Deus ordenou que se fizessem
esculturas. Eis algumas:
No Livro dos Números, quando os judeus se rebelavam contra Deus porque os
tirara do Egito, Deus os puniu, castigando-os com serpentes. E o povo rogou a
Moisés que intercedesse a Deus por ele, dizendo: "Roga [a Deus] que
afaste de nós as serpentes. E Moisés orou a Deus pelo povo, e o Senhor disse a
ele: " Faze uma serpente de bronze, e põe-na por
sinal; aquele que, sendo ferido, olhar para ela, viverá. Moisés
fez, pois, uma serpente de bronze e pô-la por sinal; e os feridos que olhavam
para ela, saravam." (Num. XXI, 7-9).
De novo: se Deus proibiu fazer figuras e esculturas do que havia sobre a terra,
como então ordena que Moisés faça uma serpente de bronze? E, mais, quem olhasse
para a serpente era curado, ocasionando aos judeus mais rústicos a idéia - que
poderia ser uma tentação -- de considerar que na serpente de bronze havia algo
de espiritual ou divino capaz de curar.
Poderia haver contradição em Deus? Claro que não. Então deve haver alguma
explicação para isso: Deus proibe fazer imagens e
Deus manda fazer imagens. Uma delas, uma imagem de serpente que curava sendo
olhada.
Repare ainda -- de passagem -- que na Bíblia se admitem intercessores humanos
diante de Deus, ao contrário do que erradamente ensinam os protestantes de
todas as seitas, que não admitem intercessores...
Quando Deus mandou fazer o Templo, ordenou que se fizesse um mar de bronze,
isto é, uma grande bacia de bronze, e disse: "e [o mar] estava assente
sobre doze bois, três dos quais olhavam para o setentrião, três para o
ocidente, três para o meio dia e três para o oriente, e o mar estava em cima
deles; as partes posteriores deles escondiam-se todas para a parte
interna" (I Reis, VII, 25).
Como se explica que o mesmo Deus que proibira, no Sinai, fazer esculturas do
que existe sobre a terra, mande fazer doze bois? Afinal, é probido
ou não fazer esculturas?
Que confusão fazem os protestantes lendo apenas uma frase isolada da Bíblia,
esquecendo -- de propósito -- outras.
Descrevendo o mar de bronze, diz a Bíblia: "O trabalho da base era a
cinzel e havia esculturas entre as junturas. Entre as
coroas e festões havia leões, bois, querubins e também nas junturas da parte de
cima; debaixo dos leões e dos bois pendiam como que umas grinaldas de
cobre." (I Reis, VII, 28-29).
No Livro I das Crônicas ou I dos Paralipômenos se
lêem outras particularidades das esculturas que Deus ordenou que fossem feitas
por ordem de Salomão para o Templo de Deus, em Jerusalém
"Pôs no oráculo dois querubins feitos de madeira de oliveira., de dez
côvados de altura"(...) "adornar todas as paredes do Templo em roda
com várias molduras e relevos, figurando nelas querubins, palmas e diversas
figuras, que pareciam destacar-se saindo da parede" (...) "Nestas
duas portas de madeira de oliveira entalhou figuras de querubins, palmas,
relevos de muito realce de ouro tanto os querubins como as palmas, e todas as
outras coisas" (...) "esculpiu nelas querubins palmas e relevos muito
salientes; "(I Cr. V, 23-24; 29; 32; 35).
"Também para os garfos, copos, turíbulos de ouro puríssimo, para os
leõezinhos de ouro, segundo os seus tamanhos, destinou o peso de ouro para cada
um dos leõezinhos. Do mesmo modo, para os leões de prata, separou outro peso de
prata. Para o altar, em que se queima o incenso, deu do ouro
mais fino, para que dele se fizesse a figura dum carro de querubins, que
estendessem as asas e cobrissem a arca da aliança do Senhor" (I Cr.
XXVIII, 17-18).
Quando a Arca da Aliança caiu em mãos dos filisteus, Deus os puniu com uma
praga. Para se livrarem dela, os filisteus consultaram os seus advinhos, que mandaram que eles fizessem cinco objetos de
ouro representando a parte de seu corpo ferida pela praga, e cinco ratos de
ouro, colocando esses objetos junto com a Arca da Aliança, sobre um carro de
boi, deixando-o livre para partir. E o carro foi em direção dos judeus, que
recuperaram a Arca.
Ora, o fato de que Deus atendeu os filisteus, curando-os, comprova que Ele
aceitara a dádiva dos cinco ratos de ouro e dos cinco objetos representando a
parte ferida pela praga. Portanto, nem sempre as esculturas são condenáveis.
Todas essas citações comprovam que, se Deus proibiu fazer esculturas e imagens
no primeiro mandamento, Ele mandou, em outras ocasiões, e por diversas vezes,
que se fizessem esculturas e figuras. Como explicar, repetimos, essa aparente
contradição, já que em Deus é impossível haver contradição?
A explicação não é difícil.
Há dois tipos de proibições: as proibições absolutas e as proibições relativas.
Imagine você, prezado Sandro, um professor irritado com sua classe barulhenta,
que lhes grita: "Proibo que abram a boca".
A seguir, ele chama um dos alunos para pedir-lhe a lição, numa chamada oral.
Ele pergunta uma coisa ao Zezinho, que nada responde. Pergunta outra, Zezinho mantem-se absolutamente de boca fechada. Pergunta pela
terceira vez, e Zezinho fica absolutamente silencioso. O professor lhe dá nota
zero.
A seguir, o professor surpreende um outro aluno comendo um sanduiche.
Irritado de novo, diz que doravante proibe que comam.
Terminadas as aulas, Zezinho vai para casa e recusa comer e falar: mantém-se de
boca fechada. A mãe insiste e Zezinho se mantém inamovível; a boca dele não
abre. Afinal explica por escrito porque não fala e não come: o professor
proibira comer e falar. Por isso tirou zero na lição oral e recusa comer
qualquer coisa.
Evidentemente, Zezinho é pouco entendedor... O professor "proibira abrir a
boca em classe", no sentido que proibia conversar, mas não repetir a lição
oralmente. Ele proibira comer durante a aula, mas não em casa. As proibições do
professor eram de caráter relativo, e não absoluto. O professor não dissera
nenhuma contradição. Falta de inteligência indicava Zezinho ao entender
proibições para a classe, durante a aula, como proibições absolutas, válidas
para sempre e em todas as circunstâncias.
Da mesma forma, se Deus proibiu fazer imagens e, depois, por diversas vezes,
mandou fazer imagens, como em Deus não pode haver contradição, segue-se que a
proibição de fazer imagens é relativa e não absoluta.
Deus proibiu fazer imagens para adoração. Deus proibiu fazer ídolos, e não
fazer imagens.
Por isso a Igreja, que compreende e aceita tudo o que Deus disse na Sagrada Escritura e que não isola uma frase de outra, mas a todas harmoniza, a Igreja sempre permitiu o uso de imagens e sua veneração, mas nunca a sua adoração.
Aliás, qualquer protestante, na prática diária, desobedece o que eles dizem ser a verdadeira interpretação
do primeiro mandamento, porque tiram fotografias de si e de seus parentes,
guardam-nas e, se têm carinho por uma pessoa, beijam sua foto.
Se eles cressem mesmo que é proibido fazer imagens, nunca poderiam tirar fotos
de nada. E nem ter espelhos em casa, porque em cada espelho se formam imagens.
Nem poderiam ter filhos, porque cada homem é feito à imagem de Deus.
Haveria muito mais a dizer. Por hoje, basta isso. Tendo outras dúvidas ainda
sobre este tema e outros parecidos, escreva-nos, que responderemos com prazer.
In Corde Jesu,
semper,
Orlando Fedeli.
Depoimento
protestante
PERGUNTA
Nome: |
E. |
Enviada em: |
30/07/2004 |
Religião: |
Protestante |
Idade: |
49 anos |
Profissão: |
Perito Criminal e Professor |
Professor Orlando,
Desejo-lhe a paz de
Cristo!
Enviei uma mensagem há poucos dias que pode ser resumida como se segue: sou
protestante e ex-católico, casado há 24 anos com família (esposa e duas filhas)
católicas.
Encontrei a página da Montfort levado por uma dúvida muito grande sobre Maria
(ainda não dirimida totalmente). A leitura dos
artigos de apologética levou-me a reconsiderar minha posição sobre a igreja
católica e a assistir missas regularmente com a família; o que tem nos feito
muito bem. Relatei que voltar para o catolicismo é algo que não falo ainda por
não ser fácil rever posicionamentos religiosos sem refletir bastante.
Os tópicos que apresento a seguir resultaram de leitura, principalmente no site
da Montfort, e muita reflexão. Sei perfeitamente que
vou causar consternação naqueles que são protestantes como eu, mas trata-se de
uma questão de coerência.
Desde que a deixei, ainda moço, tenho recebido informações predominantemente
negativas a respeito da igreja católica. O curioso é que jamais procurei saber
o que os católicos tinham a dizer. Encontrei, como disse,
muita informação sobre o catolicismo na página da Associação Cultural Montfort.
Fiquei surpreso ao tomar conhecimento das frases atribuídas a Lutero e procurei
informações junto ao pastor da igreja que alegou nada saber sobre as
Conversas à Mesa . Pretendo ler para conhecer melhor o assunto.
Infelizmente, os senhores têm razão quanto ao espírito fragmentário e instável
das igrejas protestantes. Eu mesmo testemunhei divisão de igrejas por
desentendimentos pessoais, diferenças doutrinárias e questões administrativas.
Os argumentos bíblicos que li sobre as imagens, os textos em que o próprio Deus
mandou fazê-las e até falar no meio delas, a proibição relativa e a absoluta
soaram bastante convincentes para mim. Na verdade, já
não são muitas as minhas dificuldades nesse particular.
Desejo saber mais a respeito da Eucaristia para não emitir opinião sobre algo
que não conheço. É claro que não recebo comunhão quando vou à missa com minha
família por respeito à fé católica.
Maria merece nossa lembrança e reconhecimento. Não vou negar que acho um pouco
estranho pedir dela a intercessão, espero que o senhor não se ofenda com a
minha franqueza neste aspecto. Interessante é que em nossos cultos é cantado
com freqüência um cântico que exalta sobremaneira Barnabé, personagem que
aparece no livro de Atos e também em Gálatas, como o senhor sabe. A finalidade
e mostrar-nos o exemplo de fé e piedade do bom homem que certamente foi
Barnabé. Assim, é pertinente perguntar: não estaríamos assim a nos
espelharmos na figura de Barnabé, exatamente como os católicos fazem em relação
a Maria? .
Aqui, insisto
a diferença está que não chegamos a pedir a intercessão dele!
Nas esporádicas visitas que fiz a cultos pentecostais, via com desconfiança o
chamado falar em línguas , aquela confusão de
sons e a gritaria histérica do pastor dirigente e da congregação. Perguntava a
mim mesmo o porquê daquilo, qual a finalidade prática. Alguns vociferavam em
algo que me lembrava o árabe, outros produziam sons estranhos e difíceis de
definir. Presenciei manifestações semelhantes do falar em línguas
em algumas reuniões da Renovação Carismática Católica que fui com minha esposa.
Concordo com o senhor que é preciso ter cuidado com essas inovações.
Agrada-me o culto solene a Deus, respeitoso e contemplativo. Não me identifico
com som alto, tambores e músicas que incitam à dança dentro da igreja. Tenho
recordações muito singelas da minha primeira comunhão e da minha saudosa mãe
que nos levava às chamadas Missas do Galo nos anos 60.
Professor, escrevo para saber se posso contar com o senhor e a Montfort para esclarecimentos e orientação. O motivo é que
são muitas informações acumuladas ao longo dos anos que são extremamente
desabonadoras em relação ao catolicismo. Pergunto se posso me sentir à vontade
de expor questões para as quais não encontrei resposta nos artigos já
publicados no site, mas sem ter receio de ofendê-los!
Muito obrigado.
E.
Ps:
parece-me que o site tem uma política de privacidade.
Apesar disso, peço a gentileza de, caso seja de interesse publicar minha
mensagem, revelar apenas meu primeiro nome porque já dei o endereço do site a
outra pessoa da igreja que freqüento. Mais uma vez, muito grato.
RESPOSTA
Muito prezado E.
salve Maria !
Deus seja louvado ! Que execelente notícias você me dá ! Que Deus continui a dar-lhe todas as graças, para que sua conversão se torne perfeita e completa.
Esteja à vontade para me escrever, quando quiser. Estarei sempre à sua disposição para ajudá- lo no que eu possa.
Nem preciso dizer-lhe que rezarei por você, e que o incluirei em todas as orações da Montfort.
Escreva-me, sem receio, perguntando-me sobre o que não entende, suas dúvidas e incompreensões sobre a Eucaristia e sobre Nossa Senhora. Não há motivo de me ofender com suas perguntas e dúvidas, porque é natural haver dúvidas.
Sobre a intercessão dos santos, peço-lhe que veja os inúmeros textos da Sagrada Escritura que falam de intercessão. Veja, por exemplo, o que diz o Livro de Jó(XLII, 8):
"Tomai, pois, sete touros e sete carneiros, ide ao meu servo Jó e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão para que não se vos impute essa estultícia".
Nesse texto se fala explicitamente de intercessão de um homem por outro, mas há inúmeros textos onde a intercessão é evidente. Enumero-lhe alguns, para a sua consideração; Ex. XXXII, 11; Gn. XIX,21; Gn. XVIII, 26-32; Gn. XX , 7; Gn XXVI, 24; Gn XLIV, 32; Num. XI, 1-3; Ex XVII 11; Ex. XXXII, 30-32;.
No Novo Testamento, veja o caso da intercessão de Nossa Senhora nas Bodas de Caná, quando Cristo a atendeu, embora não fosse ainda a sua hora.
E Nosso Senhor disse aos apóstolos: "Quem vos ouve a Mim ouve".
São
Paulo pede que os fiéis rezem e intercedam por ele. (Rom. XV, 3; II Tes. III, 1; Heb XIII, 18).
Lembre-se, meu caro E., que Cristo quis vir ao mundo por meio de Maria. Ela conteve toda a graça. Ela conteve o infinito em seu seio finito.
Como toda graça que recebemos é uma graça de Cristo, assim toda graça de Cristo nos veio por Maria.
Deus é infinitamente sábio, e se Ele escolheu vir ao mundo por meio de Maria, foi para nos ensinar que Maria é o caminho mais curto, mais perfeito, e mais sábio para irmos a Cristo, que, como Redentor, é O caminho para Deus. Como os reis magos devemos encontrar o Menino Jesus com sua Mãe.
O demõnio venceu o homem ao tentar a mulher. Cristo quis vencer o demônio por meio da Mulher. Por isso, assim como Pilatos O apontou como O Homem, assim Ele a apontou como a Mulher, quer nas Bodas de Caná, quer no Calvário, quando Ele nô-la deixou por Mãe.
Repito-lhe com alegria: sinta-se à vontade para perguntar o que quiser. Sua confinaça só pode me agradar. E vejo em suas perguntas sua mão extendida, pedindo-me que o ajude a subir até o alto do Calvário, para lá encontrar Jesus com Maria.
Extendo-lhe eu também, com alegria, a minha mão para ajudá-lo, e, fazendo isso, só cumpro com meu dever para com Nosso Senhor, pois se você tem fome da verdade, devo dar-lhe o que tenho, para que Jesus, um dia, me diga: "Eu tive fome e me deste de comer", quando deste o pão da verdade a meu filho E., que quero ter como eu irmão.
In Corde Jesu et Mariae, semper,
Orlando Fedeli
Jesus, único
intercessor?
PERGUNTA
Nome: |
Isabel Cristina Almeida de Jesus |
Enviada em: |
13/10/2008 |
Local: |
São Paulo - SP, Brasil |
Religião: |
Católica |
Escolaridade: |
Superior em andamento |
Profissão: |
Estudante |
Boa Tarde!
Mesmo tendo muitas cartas a responder, aguardo curiosamente a resposta da
minha.
Sou católica, nasci católica, toda a minha família é.
Atualmente namoro um rapaz que é protestante. Ele faz parte da Igreja Batista
há 9 anos, mas só se converteu há 3.
Antes ele frequentava por frequentar,
porque a mãe dele é protestante e o pai católico, aliás, era católico, porque a
mãe dele conseguiu levar o pai pra Igreja Batista e o mesmo abandonou o
catolicismo.
A verdade é que meu namorado, direto,. discuti a
bíblia comigo a respeito de Maria e dos Santos, o ponto crucial entre os
protestantes e católicos.
Ele sempre me cita da passagem de 1-timóteo-2,5.
Ele diz: se Jesus é único intercessor entre Deus e os homens, se ele é
onipresente, onipotente, ou seja, ele esta em todo lugar, tudo ouve, tudo
escuta, atende os nossos pedidos, porque vc fica
pedindo pra Maria?...ela não é onipotente, nem
onipresente, ela morreu, a gente nao pode ficar
fazendo pedidos pros mortos? nao
é mais facil pedir pra Deus logo? porque
tem que passar por ela primeiro? você sabia que Maria
tem pecados, porque no Magnificat ela mesma diz que Deus é o salvador dela,
logo ela tambem necessita de um salvador para que ela
adquira salvação, logo ela tem pecados e tambem sera julgada no final dos tempos.
Como esse explicar essa parte do Magnificat?
Aguardo sua resposta,
e agradeço antecipadamente pela atenção.
Que Deus os proteja e Maria esteja sempre com vocês ao lado de Deus.
Isabel!!
RESPOSTA
Muito prezada
Isabel,
Salve Maria.
Jesus é o nosso único Redentor absoluto. Mas Ele veio a nós por meio de Maria. Foi Ele quem santificou São João no seio de Santa Isabel, mas fez isso por meio da voz de Maria. Por isso, Se lê no Evangelho de Säo Lucas que Santa Isabel diz à Virgem Maria:
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre. Donde a mim esta dita que a Mãe de meu Senhor venha a ter comigo? Porque, logo que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria em meu ventre” (Luc. I, 42 -43).
Jesus quis realizar seu
primeiro milagre por meio de Maria, ao pedido de Maria, nas bodas de Caná (Jo. II, 3-5). Ele nos
deixou Maria por Mãe ao morrer ano alto da Cruz, ao dizer a João – [e a seu
namorado] – “Filho, eis aí tua Mãe” (Jo.XIX, 27).
Cristo é o nosso único Redentor, porque, sendo
Deus, Ele teve méritos inifinitos, e sendo homem,
assumiu nossas culpas e morreu por nós, apagando a culpa original. Os
protestantes se esquecem que, mesmo sendo Deus e único Redentor Ele quis
estabelecer intermediários entre Ele e nós. Por exemplo, os Apóstolos, dizendo
a eles: “Quem vos ouve, a Mim ouve”.
E mais, disse aos Apóstolos:
“A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados, aqueles a quem retiverdes os pecados, ser-lhes-ão retidos” ( Jo. XX , 23).
Quando, a mulher da Fenícia pedia diretamente a Jesus que lhe curasse a filha, Jesus não a atendia. Quando os Apóstolos pediram por ela, Ele os atendeu, e, depois, atendeu a mulher fenícia.
Jesus é nosso único
Redentor e é pois a escada que une a terra ao céu. Só
que seu namorado esquece que a escada tem muitos degraus. Ele quer subir ao céu
por escada de um só degrau. Vai cair...
Deus gosta que se o invoque por meio de outros
mais santos do que nós. Já no Antigo Testamento se lê que Coré,
Datan e Abiron quiseram
tratar diretamente com Deus recusando a intercessão de Moisés. Eles foram
punidos por Deus por causa disso. Coré foi devorado
por fogo que caiu do céu e Datan e Abiron foram engolidos pela terra como todos os seus familiares
e bens. Também Deus disse aos amigos de Jó:
“Ide a meu servo Jó e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós, e admitirei propício a sua intercessão” (Jó, XLII, 8).
Faça seu namorado ler a
carta que escrevi ao pastor Saul da Lagoinha. Ela fará bem a ele. (Está no site
Montfort)
Tomara que seu namorado se converta. Porque se
isso não acontecer, você terá problemas para educar seus filhos na religião
verdadeira.
Que Nossa Senhora a ajude
In Corde Jesu,
semper,
Orlando Fedeli